quinta-feira, 23 de julho de 2009

Autarquia Portuense: agravamento dos problemas estruturais da cidade nos últimos sete anos


Texto publicado em 23 de Julho de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2


Não basta dizer a todos os Portuenses que se está com os dois pés na cidade do Porto se a cabeça só está a pensar estar em Lisboa.

Na cidade do Porto quem a estiver a gerir tem de estar de alma, cabeça e coração. A cidade do Porto precisa, cada vez mais, de quem tenha capacidade de mobilização, de criar novas ideias e projectos com empenho e determinação.

A cidade do Porto actualmente está num beco mas num beco que ainda tem saída.

O Porto foi a cidade do país que mais população residente perdeu desde o ano 2001. 15,7% da população portuense abandonou a cidade, o que contrasta com o crescimento de 6,2% nas restantes cidades do Grande Porto. A nossa cidade do Porto perde cerca de 18 habitantes por dia.

20% da população da cidade do Porto tem mais de 65 anos de idade e 10% mais de 75 anos. Por cada 100 habitantes em idade activa, existem 31 com 65 anos ou mais.

A cidade do Porto tem uma taxa de desemprego de 10% e são cada vez mais os jovens qualificados que estão sem trabalho; 12,4% dos desempregados na cidade do Porto são pessoas com menos de 25 anos, 12,2% possuem um ou mais cursos superiores.

Os bairros sociais albergam 20% da população residente, desde crianças e jovens até idosos. Quase 114 mil residentes na cidade do Porto (51,3% da população) vivem de subsídios públicos.
O baixo rendimento escolar deve-se ao elevado insucesso e ao abandono escolar e ainda a baixas taxas de pré-escolarização. A degradação do nosso Centro Histórico deve-se a que a nossa cidade do Porto é o concelho do país com maiores problemas de conservação dos edifícios. Por outro lado, subsistem as carências de milhares de famílias que habitam em bairros municipais, como, por exemplo, no Aleixo, no Cerco do Porto, etc.. Não esquecendo as mais de 1000 ilhas que continuam a existir e para as quais ainda não foi dada uma resposta por parte da autarquia portuense.
É de referir ainda o empobrecimento cultural de toda a cidade do Porto que se deve ao facto da ausência de sinergias entre todos os actores culturais nestes últimos sete anos.

A perda de atracção de investimentos e empresas para a cidade do Porto é reflectida pela perda de grandes empresas, como, por exemplo, a Mota & Engil e o Corte Inglês. Não esquecendo as incapacidades de reter na cidade do Porto grandes instituições de referência como é o Teatro Experimental do Porto, o Círculo Portuense de Ópera e o Centro de Estágio do Futebol Clube do Porto. Tudo isto deve-se a uma má gestão financeira do actual executivo da Câmara Municipal do Porto. A cidade do Porto é a terceira autarquia mais endividada de todo o país, com cada portuense a dever, em média, cerca de 700 euros por ano. A cidade do Porto possui ainda a 2ª pior empresa municipal em termos de resultados económicos, a Porto Lazer, cuja gestão financeira, todos sabemos, está envolta em dívidas e falta de transparência.
Mário de Sousa - Bonfim, Porto

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