quinta-feira, 25 de junho de 2009

Cidadania e ambiente nas cidades

Publicado em 25 de Junho de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página 2.

Neste novo século reconhece-se toda uma necessidade de haver uma profunda mutação cultural de todos os participantes nos processos de gestão do ambiente de cidades, para atingir objectivos comuns tão exigentes como o tão proclamado e necessário desenvolvimento sustentável.

É pois, tido como prioritário promover a participação da população, e reunindo os vários segmentos da sociedade para debater questões, decidir programas para trabalho, e por conseguinte, contribuir para a formulação de estratégias ambientais para alimentar o próprio processo de decisão sobre as mesmas.

É muito urgente e prioritário a definição de metas de envolvimento e participação das populações nos diferentes programas de gestão ambiental definindo instrumentos, formas de actuação e princípios nas: promoções de programas de informação e educação ambiental; apoios e acompanhamentos em processos de reclamações e consultas públicas (como por exemplo, nas definições de planos de acções).

O ambiente urbanístico tem como objecto o território globalmente entendido e como finalidade elecífica assegurar a coordenação de todos os interesses que interferem normalmente com o território.

Nos últimos anos assistiu-se a um enorme esforço dos municípios em Portugal para dotar as cidades de Planos Urbanísticos que estabelecem orientações, instrumentos e soluções concretas que permitem guiar a gestão no ordenamento dos territórios municipais. Simultaneamente, os planos permitem dar respostas mais concretas e efectivas às questões levantadas pelos cidadãos e pelos agentes que pretendem investir nas cidades. Esses esforços deveriam ser continuados e competirá às revisões dos Planos Directores Municipais unificar numa estratégia comum a Política Urbanística no seu conjunto e em cada área das cidades em particular.

Contudo é necessário dar, nesta matéria, um salto em frente. É necessário instituir um Planeamento Participativo, guiado por objectivos, e revolucionar os métodos de gestão urbanística, aproximando-a do terreno para ganhar maior capacidade operativa, transparência e eficácia.

Posto isto, um dos primeiros objectivos que devemos fixar, até porque não é novo, é o incentivo aos PDM`s, essenciais pela evolução na utilização do território e pela eventual, e mais que natural, desadaptação à realidade actual. Não é admissível que este trabalho se prolongue no tempo como os das primeiras geração de PDM`s relativamente aos quais sobejam as desculpas para o atraso.

Mas, se os PDM`s são instrumentos fundamentais para a fixação de parâmetros que, aos mais diversos níveis, permitem, de um modo geral, um desenvolvimento articulado dos interesses que interferem com o território, também não é menos certo que eles não garantem, no essencial, a qualidade do habitat dos cidadãos, ou melhor, não têm uma acção eficaz relativamente a núcleos do território que levantam problemas por vezes relativos à sua própria gestão. Torna-se, pois, indispensável fomentar a elaboração de Planos de Urbanização Regional e de Pormenor que permitirão os desenhos de cidades, valorizando as suas potencialidades e preservando as suas memórias que através das quais é possível concretizar um outro objectivo primordial – o da reconstrução do Parque Habitacional dos centros urbanos (nas cotas baixa e alta) de modo a evitar a sua terciarização.

Este trabalho não será, contudo, possível se não for agilizado todo o procedimento relativo aos Planos Municipais de Ordenamento do Território cuja complexidade actual, e não obstante a existência de legislação recente, desincentivam a sua elaboração o fazem com que se arrastem no tempo acarretando todo o tipo de problemas, designadamente de ordem legal.

Ainda no que respeita ao ordenamento do território deverá ser feito um planeamento intermunicipal, sobretudo entre os concelhos limítrofes, que há-de permitir a superação de incompatibilidades, promover a concentração de usos e a potencialização de recursos e infra-estruturas. As ideias aqui esplanadas não são novas mas a sua concretização pode induzir a uma realidade urbanística completamente diferente da dos dias de hoje. E já agora, não se esqueçam por favor de na execução do novo Plano Director Municipal para a Cidade do Porto de por em prática o melhoramento (reconstrução/restauro), ou uma nova construção para a parte alta da cidade, principalmente para a zona habitacional do mais alto e principal Miradouro de toda a Cidade do Porto (paredes meias com os depósitos de água da cidade), no cimo da Rua do Monte do Tadeu e junto à Rua da Alegria mesmo em frente da Rua das Doze Casas. Actualmente na gestão autárquica da cidade do Porto faz falta o cultivar uma política partidária de verdade e não de conveniência.


Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa1@sapo.pt / mario.sousa@europe.com

É socialmente solidária a autarquia portuense?

Publicado em 24 de Junho de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página 2.

Viver e habitar numa cidade socialmente solidária significa viver numa cidade inclusiva, com espaços para todos, onde o reforço da coesão social deve ser sempre um objectivo central e permanente. Por isso, face aos problemas da pobreza e da exclusão social, devemos rejeitar sempre o conformismo, o pessimismo e o fatalismo. Não são problemas irremediáveis com os quais tenhamos que viver resignados. Não vasta dizer que se tem os pés na cidade do Porto quando a cabeça está em Lisboa, é preciso trabalhar para termos uma nova cidade e dar atenção redobrada aos problemas dos cidadãos e da nossa cidade, e reabilitar a cidade com história (num todo), revitalizar a zona alta (que muitas das vezes fica esquecida em favor de outras), resolver os problemas das ilhas particulares que ainda existem em toda a cidade, reabilitar e requalificar os bairros municipais por fora e não esquecendo o interior das habitações, apoiar as pessoas mais fragilizadas e excluídas socialmente.

A situação social da cidade do Porto é muito pior hoje que no passado. Porém, a extensão, intensidade e complexidade das problemáticas sociais justifica plenamente inclui-la entre as primeiras prioridades, quer ao nível da autarquia, como também das próprias juntas de freguesia. A exclusão representa, entre outras coisas, um desperdício de capital humano num momento em que este é um factor essencial de desenvolvimento. Neste sentido, o social não pode ser encarado como um custo, mas sim como um investimento que visa o pleno aproveitamento dos recursos humanos. Numa cidade e numa freguesia submetidas a um processo de intensa mudança, muitas vezes de sentido imprevisível, os segmentos menos dotados de recursos económicos, culturais, sociais e até ambientais correm maior risco de serem excluídos do modo de vida corrente e da participação na vida económica e social. Na verdade, por diferentes factores e circunstâncias, nem todos participam na “dinâmica” de desenvolvimento que hoje atravessa a cidade. Registam-se dinâmicas de sinal contrário, social e territorialmente localizadas. Uma grande parte dos problemas tem expressão e manifestação local, mas tem origem macroeconómica e política numa escala metropolitana, nacional ou mesmo local. A cidade do Porto apresenta os sintomas de crise: envelhecimento demográfico, deslocalização das empresas tradicionais, declínio do emprego, saída de jovens para a periferia pelo simples facto de as casas no Porto serem muito mais caras, problemas de tráfego urbano e de poluição. É preciso estar atento aos impactos sobre a exclusão social, ao reforço e aprofundamento da modernização, ao desenvolvimento e internacionalização da cidade de forma a não comprometer a coesão social. A distribuição no espaço da população, por diferentes categorias sócio-económicas e faixas etárias, evidencia que o Porto é uma cidade social e territorialmente polarizada. A oriente, a norte e a noroeste da cidade, no Bonfim, em Campanhã, Paranhos e Ramalde, concentra-se uma grande parte da habitação municipal, que também tem um peso significativo nas freguesias de Lordelo do Ouro e Aldoar. A Câmara Municipal do Porto tem mais de 14 mil alojamentos repartidos por 53 bairros, onde residem cerca de 50 mil pessoas. Existem ainda mais de 5 mil casas em ilhas privadas, onde vivem cerca de 13 mil pessoas, principalmente nas freguesias do Bonfim, Campanhã, Cedofeita, Paranhos e Ramalde. Simultaneamente, nos mesmos locais, há milhares de casas devolutas e degradadas, cuja recuperação seria um bom factor de revitalização do mercado de arrendamento (principalmente para que os casais mais novos não sejam obrigados a saírem da cidade do Porto onde nasceram). A habitação como direito social básico ainda está por concretizar na cidade do Porto. As bolsas de pobreza e as zonas urbanas em declínio e em crise, onde há uma concentração de problemas, são fáceis de localizar e de delimitar, especialmente com base em indicadores sócio-urbanísticos, e devem passar a constituir zonas críticas de reconversão urbanística, por serem as mais vulneráveis. Humanizar a cidade deveria significar dar prioridade às pessoas e aos seus problemas, em particular aos segmentos populacionais mais desfavorecidos que precisam de mais apoio e oportunidades: pessoas diferentes, idosos, toxicodependentes, pessoas sem abrigo, jovens desempregados, crianças e jovens em alto risco social e humano. As instituições têm que adequar-se para não excluir e para promover activamente a inclusão. É uma responsabilidade de todos que deve levar cada um a questionar-se sobre o que pode fazer e o que pode fazer diferente para que possamos fazer ainda mais e melhor. As políticas municipais na cidade do Porto podem influenciar, corrigir e prevenir os efeitos negativos actualmente existentes por toda a cidade.

Não faz falta para a cidade do Porto o criticar só por criticar se o que é preciso são obras concretas que resolvam os vários problemas das pessoas. Não se pode passar uma legislatura de quatro anos, quanto mais duas (8 anos), sem se projectar e concretizar uma única obra e que
depois, em ano de várias eleições se ande a correr para tapar buracos e dar nas vistas fazendo outro sem número de pequenas obras que na maioria dos casos custam muito dinheiro aos contribuintes e ficam pessimamente implantadas no terreno.
Quem estiver a presidir aos destinos da autarquia portuense tem de estar de corpo, alma e coração para resolver os muitos problemas que actualmente existem por toda a cidade, e não estar com os pés no aeroporto Sá Carneiro e com a cabeça em Lisboa.


Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa1@sapo.pt / mario.sousa@europe.com

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Novos empregos criados pelo Estado e intituições de economia social

Publicado em 18 de Junho de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página 2.


Foi elogiado pelo nosso Primeiro-Ministro, José Sócrates, a rapidez com que as instituições de economia social responderam ao apelo do Governo, afirmando que o país, “hoje mais do que nunca”, precisa destas instituições para responder ao desemprego, fenómeno que classificou como a “consequência mais grave” da difícil situação económica e social “em que estamos mergulhados”.
O papel das instituições ligadas à economia social assume actualmente um protagonismo absolutamente decisivo na resolução dos problemas relacionados com o desemprego.
O nosso Primeiro-Ministro, José Sócrates, assinou, em plena cerimónia para esse efeito, seis dezenas de protocolos estabelecidos entre o Estado e diversas instituições sociais, que vão permitir, numa primeira fase, integrar no mercado de trabalho 670 jovens e desempregados no quadro da “Iniciativa Emprego 2009”.
José Sócrates, que presidiu na cidade do Porto a este evento, referiu que a parceria estratégica agora encontrada entre o Estado, as empresas e um conjunto de instituições sociais, vai permitir criar um quadro credível e sustentável, capaz de responder num espaço de tempo razoável, como frisou, aos problemas do emprego de algumas centenas de pessoas.
Recorde-se que todos estes protocolos assinados na Cidade Invicta, entre o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e várias instituições sociais, no âmbito da “Iniciativa Emprego 2009”, decorre de um programa dinamizado pelo Estado que envolve um investimento de cerca de 580 milhões de euros, e tem por objectivo exclusivo a promoção do emprego.
Os protocolos agora estabelecidos entre o Estado (IEFP) e um conjunto largo de instituições, designadamente a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas, a Confederação das Cooperativas Portuguesas, a União das Misericórdias Portuguesas, a União das Mutualidades Portuguesas e mais 58 outras instituições da região Norte, visam ajudar à inserção no mercado de trabalho, numa primeira e imediata fase cerca de 580 desempregados e realizar aproximadamente 90 estágios profissionais para jovens.
A partir de agora, salientou o nosso Primeiro-Ministro, a propósito do estabelecimento destes protocolos, mais 670 pessoas que presentemente estão no desemprego “vão passar a ter uma oportunidade para beneficiarem de uma actividade profissional digna”, frisando que o objectivo do Governo ao lançar este programa “Iniciativa Emprego 2009” é proporcionar que cerca de 30 mil desempregados passem a ter uma efectiva inserção no mercado de trabalho.
O nosso Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, lembrou que, apesar da crise, todos os dias “se estão a criar novos postos de trabalho”, reconhecendo que o papel prioritário que deverá neste particular estar reservado ao Estado, é o de assumir uma tarefa determinante na ajuda a encontrar as condições para que as decisões possam ser tomadas de forma célere e envoltas em menos incertezas.
Vieira da Silva afirmou ainda que se cabe ao Governo, “como defendo”, criar as condições para que essas decisões sejam mais rápidas, então justificam-se, sublinhou, os apoios e incentivos previstos no programa “Iniciativa Emprego 2009”, que têm como principais objectivos, “mobilizar a sociedade portuguesa para a manutenção dos empregos existentes, facilitar a entrada dos jovens no mercado de trabalho e criar condições para acelerar a transição entre a perda do emprego e o regresso ao mercado de trabalho“.


Mário de Sousa* - Bonfim, Porto

*Projectista e Investigador, Licenciado como Técnico Superior em Avaliação da Qualidade de Estudos de Impacte Ambiental
mario.sousa1@sapo.pt / mario.sousa@europe.com

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Solidariedade na Autarquia Portuense?

Publicado em 15 de Junho de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2
A situação social da cidade do Porto é muito pior hoje que no passado de gestão socialista. Porém, a extensão, intensidade e complexidade das problemáticas sociais justifica plenamente inclui-la entre as primeiras prioridades, quer ao nível da autarquia portuense, como também das quinze juntas de freguesia existentes nesta cidade. A exclusão está a representar, entre outras coisas, um desperdício de capital humano num momento em que este é um factor essencial de desenvolvimento. Neste sentido, o social não pode ser encarado como um custo para a autarquia, mas sim como um investimento que deve visar o pleno aproveitamento dos recursos humanos existentes na nossa cidade. Numa cidade e numa freguesia (como a do Bonfim) submetidas a um processo de intensa mudança, muitas vezes de sentido imprevisível, os segmentos menos dotados de recursos económicos, culturais, sociais e até ambientais correm maior risco de serem excluídos de todo o modo de vida corrente e da participação na vida económica e social... Na verdade, por diferentes factores e circunstâncias, nem todos estão a participar na “dinâmica” de desenvolvimento que hoje atravessa a cidade do Porto. Registam-se dinâmicas de sinal contrário, social e humano e territorialmente localizadas.

Actualmente as bolsas de pobreza e as zonas urbanas em declínio e em crise, onde há uma concentração de problemas (principalmente sociais, humanos e ambientais), são hoje fáceis de localizar e de delimitar, especialmente com base em indicadores sócio-urbanísticos, e devem passar a constituir zonas críticas de reconversão urbanística por serem as mais vulneráveis da cidade. Humanizar a cidade do Porto deveria significar para todos dar prioridade às pessoas e aos seus problemas, em particular aos segmentos populacionais mais desfavorecidos.

As instituições têm que adequar-se para não excluir e para promover activamente a inclusão. É uma responsabilidade de todos!

A prova do que estou a dizer é quando um candidato a presidente da autarquia portuense e um outro de freguesia (Bonfim) em plena pré-campanha eleitoral prometem a dezenas de famílias Bonfinenses resolver algumas situações, e que depois de eleitos e passados que estão mais de sete anos de tal acto, mesmo com a aprovação em assembleia municipal (22/12/2003) de seis milhões de euros para resolver os ditos problemas na via pública, o prometido ainda está por cumprir na zona do Monte do Tadeu, na ponto mais alto de toda a cidade do Porto, na freguesia do Bonfim, até quando?

Sempre entendi que fazer política é trabalhar com sinceridade para ajudar todas as pessoas a resolver os seus problemas e proporcionar mais saúde, felicidade e bem-estar para todos.


Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa1@sapo.pt / mario.sousa@europe.com

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Portugal na Europa e a Europa em Portugal

Texto publicado em 09 de Junho de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2, e em 10 de junho de 2009 no Jornal "Notícias da Manhã", Página n.º 2.

Actualmente o Partido Socialista Português é identificado por todos os Cidadãos Portugueses como o protagonista de duas grandes causas que atravessam a vida política do País após a Revolução de 25 de Abril de 1974: a causa da democracia e a causa europeia.

Foi no dia 9 de Maio de 2007, dia da Europa, que a União Europeia (UE) fez os seus 50 anos de Paz e harmonia entre todos os Estados-membros. Entre os novos Países-membros a convergência não será automática e exigirá algum tempo, provocando mudanças profundas nos novos Estados-membros, que terão consigo uma multiplicidade de novas oportunidades, mas também consequências negativas para determinados segmentos da população.

Os dados actuais, em termos de taxas de pobreza e de distribuição do rendimento, diferem consideravelmente entre os vários Países. Esta é mais uma razão que justifica a centralidade da política social europeia sem a qual o projecto futuro da UE se resumiria a pouco mais que um grande clube económico.

O desenvolvimento do capital humano e social da Europa é não só condição indispensável para apoiar a economia do conhecimento, e por sequência, aumentar a competitividade, mas também o elemento crucial para acompanhar eficazmente as transformações estruturais do mercado de trabalho e as novas perspectivas de cidadania e de inclusão social.

Nas condições actuais, particularmente agravadas após os atentados do 11 de Setembro de 2001 e do 11 de Março de 2004, os mais graves factores de insegurança e ameaças criminais que atravessam as fronteiras não podem encontrar respostas à altura fora de uma actuação integrada a nível europeu. O mesmo acontece com a regulação e controlo doutros fenómenos de largo impacto que igualmente cruzam as fronteiras – como é o caso da emigração.

A fim de poder corresponder às expectativas dos cidadãos, a UE tem de alargar e intensificar o seu contributo para a realização de níveis mais elevados de liberdade, segurança e justiça, com respeito do princípio da subsidiariedade, ou seja, prosseguindo a nível europeu as responsabilidades que não tem resposta adequada no âmbito nacional de cada Estado-membro.
Para tal, é necessário aumentar a eficácia da acção reguladora da UE, seja no âmbito das suas actuais competências legislativas seja no âmbito das que venham a ser-lhe atribuídas num futuro quadro constitucional, de fomentar a confiança e o reconhecimento entre os Estados e os seus diferentes sistemas jurídicos, como condição de sucesso dos processos de cooperação, de adoptar medidas de cooperação operacional que permitam obter resultados concretos e robustecer as instituições europeias que já operam neste domínio (Europol, Eurojust) e dar expressão adequada às que se encontram projectadas (Procuradoria Europeia), instituindo controlos democráticos eficazes que hoje faltam.

Actualmente ganha particular relevo o debate em torno da coordenação das políticas orçamentais. Eu, pessoalmente, considero que a estabilidade macroeconómica e uma política de consolidação das contas públicas dos Estados-membros são instrumentos fundamentais para o crescimento.

O motor da mudança chama-se inovação. E o caminho deve ser, e será com certeza, a aposta nas pessoas e na qualificação. Nas políticas sociais, nas práticas empresariais, nas regras sérias e honestas de mercado, nos modelos educativos e institucionais, será o ímpeto inovador da Europa que marcará a diferença. Só o rumo para um espaço regional onde o desenvolvimento
económico sustentado, a coesão social e a diversidade cultural forem referências centrais é susceptível de mobilizar a atitude solidária e cidadã dos povos europeus.


Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa@europe.com / www.verdade-razao.blogspot.com

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Cidade do Porto: desleixo que provoca uma morte lenta e silenciosa!

Publicado em 04 de Junho de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2.


As infra-estruturas urbanas na cidade do Porto estão em total degradação, num estado deplorável de quase ruptura. Quando chove com intensidade rompem-se as condutas de saneamento e inundam-se bastantes habitações; quando o vento aparece com bastante intensidade, caem as árvores sobre os automóveis, quando não sobre os peões.
Na Travessa do Monte do Tadeu, no ponto mais alto de toda a cidade do Porto, na freguesia do Bonfim, o estado de todo o arruamento e passeios é já bastante deplorável, sendo notório a falta de sarjetas para o escoamento de águas pluviais. A actual situação provocou já algumas vítimas residentes no local (Travessa do Monte do Tadeu).
E, enquanto isto, o que anda o presidente da Câmara Municipal do Porto a fazer? O que de mais importante o preocupará?
A prioridade política da Câmara Municipal do Porto não passa pelo espaço público. Os actuais responsáveis pela autarquia portuense na falta de ideias novas apenas dão seguimento a ideias e projectos das anteriores gestões (socialista) ou autorizam pequenas reparações urgentes ou casuísticas para dar nas vistas em tempo de eleições.
Actualmente na cidade do Porto não existem planos integrados de manutenção que prevejam -como ditam as regras mais elementares -a restauração e reconstrução de cada rua ao fim de 30 anos, a substituição na totalidade de pavimentos em cada 8 anos, a limpeza periódica das condutas de águas pluviais, ou outras intervenções sistemáticas e estruturantes.
Ao abandono! Assim se apresenta o espaço público da nossa amada cidade do Porto: passeios cheios de buracos, autênticas crateras, causando muitas vítimas, em particular nas pessoas com mais idade e em crianças; ruas que estão a danificar as suspensões de automóveis e os ossos de todos aqueles que utilizam os autocarros públicos e não só.
Na cidade do Porto é actualmente notório a falta de espaços de encontro, convívio e lazer, os jardins de proximidade já não tenhem flores para colorirem tão nobres espaços para a saúde pública como em tempos acontecia e, unicamente desaparecem cada vez mais da nossa cidade e os parques infantis na cidade do Porto nem velos!
Acresce que a ausência de uma boa e continuada manutenção tem como consequência lógica a depreciação progressiva e irreversível das infra-estruturas da cidade do Porto. Assim , não só é infernizado o quotidiano de todos os portuenses e não só, como ainda se compromete o futuro da cidade do Porto.


Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa1@sapo.pt / mario.sousa@europe.com

Uma avaliação séria melhorará o ensino e a escola em Portugal!

Publicado em 03 de Junho de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2.


Foi com bastante espanto e admiração que vi em alguns canais de televisão e li em alguns órgãos de comunicação social escrita que na última reunião entre o Ministério da Educação e a Fenprof (Federação Nacional de Professores), a mesma (federação) apresentou pela primeira vez um leque de propostas que todas juntas apenas ocupavam uma pequena parte de uma simples folha A4. É ainda notório de que entre o pouco, ou o quase nada apresentado, sobressaia, pela negativa, o facto der ser reivindicado na proposta que cada professor possa fazer a sua própria avaliação com um bom como mínimo.
E chegados até aqui salta-nos á memória a já mais que fatal mas necessária das perguntas: será que de seguida todos os alunos, ao ver isto, vão reivindicar que querem fazer a sua própria avaliação com um bom como mínimo?
Sempre ouvi os meus avós dizer que o exemplo é tudo!
E neste momento surge-me as inevitáveis mas mais que necessárias perguntas, será que a Fenprof está a trabalhar e a tratar de forma séria toda esta situação?
Será que com este tipo de atitude a Fenprof está a prestar um bom trabalho aos professores, aos alunos, ao ensino e, principalmente ao País?
Eu, pessoalmente sou a favor, já para este ano, de uma verdadeira e séria avaliação de desempenho dos professores. E que a mesma avaliação seja um factor de estudo para melhorar o modelo inicial nos anos lectivos seguintes.
Considero que actualmente a suspensão do novo modelo de avaliação, como pede a Fenprof, apenas significa mais um acto de combate Político-partidário de quem se esquece do sindicalismo e dos seus sindicalizados de forma sincera e, de quem milita em partido opositor ao do Governo de José Sócrates e, com isto, quer-se auto-promover e ver se consegue, por esta via pouco digna, contribuir para tirar-lhe a maioria absoluta que actualmente tem.
Mas como o tiro muitas vezes sai pela culatra e o povo não é burro, será os Pais, os Avós, os Tios e outros encarregados de educação, que no final e de forma séria vão fazer a devida leitura nas entrelinhas e ver o que é melhor para todas as crianças e jovens que actualmente estão no ensino, dando então razão a quem a tem desde o início, que são a Senhora Ministra da Educação e o seu Ministério.


Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa1@sapo.pt / mario.sousa@europe.com

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Monte do Tadeu: o ponto mais alto de toda a cidade do Porto!


Toda esta zona habitacional é nada mais, nada menos do que a zona mais alta existente em toda a cidade do Porto. Estamos a falar da zona habitacional do Monte do Tadeu e do Monte dos Congregados.
A história desta zona habitacional remonta ao tempo dos Padres e Frades da Congregação do Oratório de Regra em honra de S. Filipe de Néri, que estabeleceram a sua casa na cidade do Porto, no ano de 1680, mesmo ao pé da estação de S. Bento, num espaço ainda hoje existente e actualmente ocupado pela Igreja dos Congregados em honra de Santo António, e obtiveram para seu recreio uma vasta propriedade com casa que servia, simultaneamente, de hospital, nas abas do Monte de Santa Catarina, que deles recebeu o nome de Quinta dos Congregados.

Data de 1785 o mais antigo registo paroquial (Santo Ildefonso) que se refere a esta zona (uma Quinta do Monte de Santa Catarina).
Os Padres e os Frades congregados a S. Filipe de Néri possuíram essa Quinta, para seu recreio, até ao ano de 1834, ano em que entrou na posse do Estado (CM do Porto) em virtude da extinção das Ordens Religiosas. O novo proprietário (CM do Porto) vendeu-a, por baixo preço, a um cidadão Brasileiro, de apelido Moreira.
Foi este quem mandou (fazendo uma concepção) explorar uma grande pedreira, no ano de 1852, que ali existia, e ainda existe no actual espaço da Cooperativa dos Pedreiros Portuense e em terrenos vizinhos, cedendo depois parte do leito dela à Câmara Municipal do Porto, o que veio mais tarde a dar origem a parte da Rua Duquesa de Bragança, depois chamada de Heróis de Chaves, e hoje conhecida por Rua de D. João IV.
Nesta rua desembocavam duas serventias, sem continuidade: a da Igreja de Santa Catarina, que no ano de 1835 tomou o nome de Rua de Fernandes Tomás, e uma outra que é a Rua do Moreira – o feliz cidadão Brasileiro, dono da Quinta dos Congregados – mais tarde prolongada até à Rua de S. Jerónimo, fundada em 1878, que em 1913 tomou o nome de Rua de Santos Pousada, ilustre Jornalista, Professor, Político da cidade do Porto, Deputado e Republicano.
Mais tarde, nos finais dos anos trinta do século XIX, com o desmembramento da Quinta dos Congregados, foram fundadas uma série de novas ruas na zona mais alta de toda a cidade do Porto, entre as quais a Rua do Monte dos Congregados (rua mais alta de toda a cidade do Porto, circulada por trânsito a peões e a automóveis), situando-se a mesma entre a Rua da Alegria e o velho Jardim do Monte do Tadeu.
No cimo do Monte dos Congregados esteve a Compagnie Géneral des Eaux Pour l`Etranger, que foi a concessionária do abastecimento de água à cidade do Porto desde 1887 até 1927.
Foi fundada também nessa época a Rua do Monte do Tadeu, na qual existe o melhor e natural, o mais alto e o mais bonito Miradouro da Cidade do Porto, e onde é possível ver, a partir dele, toda a Freguesia do Bonfim e, em dias de céu limpo, outras cidades vizinhas do Porto (Matosinhos, Valongo, Gondomar e V. N. Gaia), e ainda o Rio Douro e o Oceano Atlântico, bem como todas as pontes que fazem a ligação da cidade do Porto com a cidade de V. N. Gaia.
Actualmente o ponto mais alto de toda a cidade do Porto está a necessitar, urgentemente, de ser requalificado urbanisticamente, para depois poder ser visitado por muitas pessoas oriundas das mais variadas partes de Portugal e, até mesmo, de todo o Mundo.
Para chegar ao ponto mais alto de toda a cidade do Porto (Monte do Tadeu) basta subir a Rua do Monte dos Congregados pelo lado da Rua da Alegria e depois descer a já referida rua (Monte dos Congregados) e virar à direita para chegar ao velho Jardim do Monte do Tadeu. Depois, vira-se novamente à direita até poder chegar a uma escada que dá acesso ao Principal Miradouro da Cidade do Porto. Ai pode contemplar-se paisagens magníficas, principalmente se conseguir ter acesso ao varandim do depósito de água da torre.


Mário Sousa*
mario.sousa@europe.com / mario.sousa1@sapo.pt

*Projectista, licenciado como Técnico Superior em Avaliação da Qualidade de Estudos de Impacte Ambiental, sócio-fundador e presidente da Associação de Moradores de Monte do Tadeu / Santo Isidro, Bonfim-Porto, responsável pelo Pelouro do Ambiente do PS/Bonfim, Porto, Investigador e Autor desta História.