Publicado em 15 de Junho de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2
A situação social da cidade do Porto é muito pior hoje que no passado de gestão socialista. Porém, a extensão, intensidade e complexidade das problemáticas sociais justifica plenamente inclui-la entre as primeiras prioridades, quer ao nível da autarquia portuense, como também das quinze juntas de freguesia existentes nesta cidade. A exclusão está a representar, entre outras coisas, um desperdício de capital humano num momento em que este é um factor essencial de desenvolvimento. Neste sentido, o social não pode ser encarado como um custo para a autarquia, mas sim como um investimento que deve visar o pleno aproveitamento dos recursos humanos existentes na nossa cidade. Numa cidade e numa freguesia (como a do Bonfim) submetidas a um processo de intensa mudança, muitas vezes de sentido imprevisível, os segmentos menos dotados de recursos económicos, culturais, sociais e até ambientais correm maior risco de serem excluídos de todo o modo de vida corrente e da participação na vida económica e social... Na verdade, por diferentes factores e circunstâncias, nem todos estão a participar na “dinâmica” de desenvolvimento que hoje atravessa a cidade do Porto. Registam-se dinâmicas de sinal contrário, social e humano e territorialmente localizadas.
Actualmente as bolsas de pobreza e as zonas urbanas em declínio e em crise, onde há uma concentração de problemas (principalmente sociais, humanos e ambientais), são hoje fáceis de localizar e de delimitar, especialmente com base em indicadores sócio-urbanísticos, e devem passar a constituir zonas críticas de reconversão urbanística por serem as mais vulneráveis da cidade. Humanizar a cidade do Porto deveria significar para todos dar prioridade às pessoas e aos seus problemas, em particular aos segmentos populacionais mais desfavorecidos.
As instituições têm que adequar-se para não excluir e para promover activamente a inclusão. É uma responsabilidade de todos!
A prova do que estou a dizer é quando um candidato a presidente da autarquia portuense e um outro de freguesia (Bonfim) em plena pré-campanha eleitoral prometem a dezenas de famílias Bonfinenses resolver algumas situações, e que depois de eleitos e passados que estão mais de sete anos de tal acto, mesmo com a aprovação em assembleia municipal (22/12/2003) de seis milhões de euros para resolver os ditos problemas na via pública, o prometido ainda está por cumprir na zona do Monte do Tadeu, na ponto mais alto de toda a cidade do Porto, na freguesia do Bonfim, até quando?
Sempre entendi que fazer política é trabalhar com sinceridade para ajudar todas as pessoas a resolver os seus problemas e proporcionar mais saúde, felicidade e bem-estar para todos.
Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa1@sapo.pt / mario.sousa@europe.com
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