quarta-feira, 31 de março de 2010

COM SABER E SERIEDADE, GERIR O ESPAÇO PÚBLICO PORTUENSE

TEXTO PUBLICADO EM 31 DE MARÇO DE 2010 NO JORNAL "O PRIMEIRO DE JANEIRO", PÁGINA 2.

COM SABER E SERIEDADE, GERIR O ESPAÇO PÚBLICO PORTUENSE

Governar uma cidade é também explicar à população tudo o que se fez, o que se está a fazer, as dificuldades que se colocaram e as que se colocam à gestão quotidiana dos municípios e de sobretudo não esconder nada, principalmente o que está para trás, nem os passos que se querem dar, com seriedade, para o futuro.
A qualidade de uma democracia também se mede pela exigência, credibilidade e pela forma como deve encarar-se e gerir com seriedade politicamente o espaço público.
Numa cidade, como por exemplo, o Porto, a democracia também se deve medir por soluções referendárias e retomar a tese que chegou a ser defendida, e bem, em campanha eleitoral, pelo antigo presidente da Câmara Municipal do Porto, o Socialista Fernando Gomes.
No passado da cidade do Porto, obras como a do Metro eram para o PSD/Porto e não só consideradas como sendo um projecto megalómano e, no entanto, passados que estão vários anos é ver actualmente os do não (PSD) ao Metro do Porto a defender com unhas e dentes e, no meu ponto de vista, de forma mesquinha, todo o projecto, principalmente algumas linhas, só para fazer oposição aos que sempre viram, desde o início, o que era melhor para toda a população da Área Metropolitana do Porto.
Actualmente na cidade do Porto faz falta pôr em prática, de forma séria, o instrumento e mecanismo democrático para referendar algumas situações e soluções para o bem de todos, como, por exemplo, o facto dos actuais custos exorbitantes para toda a cidade do Porto do já aprovado acordo sobre o Parque Ocidental da Cidade do Porto.
O actual acordo para o Parque da Cidade é, da forma como nos é relatado pelos órgãos de comunicação social escrita, uma das decisões mais erradas tomadas pelo actual executivo. Se o dr. Rui Rio queria travar a construção na zona do Parque da Cidade, como, aliás, sempre estiveram previstas nos planos desde o seu início e para as abas do próprio parque, zonas demarcadas para a construção (frente urbana da Circunvalação e Avenida da Boavista), deveria o presidente da autarquia, Rui Rio, ter optado por um democrático referendo de forma a não deixar dúbio todo este e ainda mal explicado acordo para a cidade do Porto sobre o Parque Ocidental da Cidade.
É sabido que o actual acordo e, no meu humilde e despretensioso ponto de vista, é um mau negócio para toda a cidade do Porto, mas muito bom para os bolsos de alguns. O mesmo (acordo) implica que a autarquia portuense e o actual executivo de Rui Rio entregue aos actuais proprietários um total de 43,9 milhões de euros, num pagamento feito quase integralmente através da entrega de património imobiliário da cidade do Porto aos privados. E, aqui, o dr. Paulo Morais (militante do PSD) tem toda a razão quando afirma que: “o urbanismo é uma forma encapotada para transferir bens públicos para entidades privadas!”.
O dr. Rui Rio depois do final de uma sessão de esclarecimento sobre este assunto (Parque Ocidental da Cidade do Porto), não se disponibilizou para falar com os jornalistas sobre o tema em epígrafe.
Mas, entretanto é sabido que Rui Rio dá como contrapartida deste mau negócio para toda a cidade do Porto os Edifícios: Transparente, Matadouro da Cidade, os terrenos no Campo Alegre, Avenida Nun`Álvares (à Foz do Douro), Aldoar e Rua da Restauração. Em suma, Rui Rio está a vender a cidade do Porto por partes e ao desbarato. Em dinheiro, a autarquia portuense terá de entregar ainda mais 240 mil euros. É, sem margem para duvidas, mais um mau negócio para toda a cidade do Porto, mas um muito bom negócio para os bolsos dos privados e, sobre os quais (negócios) Rui Rio tem a principal responsabilidade para com toda a cidade do Porto.
Muitos são os portuenses que ainda estão, no presente momento, a habitar em condições degradantes do ponto de vista de salubridade e não só, morando em habitações propriedade da Câmara Municipal do Porto (em ilhas, bairros e outro tipo de residências) sem o mínimo de condições sociais e humanas para os dias de hoje, em pleno século XXI, e a quem todos estes milhões de euros eram mais bem empregues, principalmente na questão do que deveria ser condição salubre para esses portuenses e inquilinos da Câmara Municipal do Porto.
Agora foi chegada a hora do PSD/Nacional através da boca do seu ex-líder, Manuela Ferreira Leite, achar que o TGV e outras obras nacionais são projectos megalómanos para o nosso país. Eu aconselho a líder do PSD a ir falar primeiro com os industriais do país sobre as taxas de transportes para a exportação e só depois prenunciar-se. Peca por não fazer o trabalho de casa completo.
Mário de Sousa - Bonfim, Porto, Portugal

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