Alicerces para o Futuro
Não há saída com sucesso para a crise em Portugal e no mundo que não implique estratégia e visão. Claro que sendo a crise um fenómeno global, também necessita para ser ultrapassada que se verifique uma recuperação global.
Mas à dinâmica global somar-se-á o esforço nacional e regional. Quando o mundo reemergir as relações de forças serão diferentes e haverá países vencedores e países perdedores.
Para ser um país vencedor e ganhar lugares na competição entre países e territórios Portugal tem que prosseguir a estratégia de modernização e inclusão que lhe permitiu subidas significativas nos rankings de inovação e de competitividade nos últimos 4 anos.
É por isso muito relevante sublinhar os cinco alicerces para o futuro com que José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa traçou no final do Fórum Novas Fronteiras dedicado à economia, as linhas estratégicas do manifesto eleitoral do PS, na altura em fase de elaboração.
Em primeiro lugar a continuidade na aposta nas qualificações e no conhecimento. Essa é uma aposta nunca terminada e a melhor forma de acrescer o capital competitivo do país, valorizando em simultâneo a cidadania e a autonomia cívica e económica das pessoas.
Em segundo lugar a consolidação do posicionamento de Portugal na fronteira tecnológica no domínio das energias renováveis afirmando um “cluster” competitivo com impacto na produção, no emprego, na balança de transacções e na qualidade ambiental.
Em terceiro lugar a celebração dum pacto para a internacionalização com as empresas e os actores da diplomacia económica que permita captar novos mercados emergentes e aumentar de forma sustentada o peso das exportações na formação do Produto Interno Bruto.
Em quarto lugar o reforço da centralidade do país reduzindo a sua distância física e virtual dos grandes centros económicos, através da liderança na instalação de redes de fibra óptica em todo o país e da continuação do plano de modernização da rede de transportes e da qualidade das infra-estruturas de suporte.
Finalmente a promoção determinada de políticas de inclusão e garantia de igualdade de oportunidades, para que o futuro seja um espaço de realização possível para todos os portugueses e resulte dum movimento colectivo de mudança.
Este é um quadro estratégico ambicioso que contrasta com o apagão táctico das oposições. Um quadro que vale a pena cumprir para que esse apagão não contamine o país e o conduza de novo à flacidez de atitude que nos condena à irrelevância.
Mário de Sousa - BONFIM, PORTO
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