quarta-feira, 4 de agosto de 2010

AUTARQUIA PORTUENSE DIZIA EM 2008: ABRIR AS PORTAS DOS RESERVATÓRIOS DE ÁGUA À POPULAÇÃO!


AUTARQUIA PORTUENSE DIZIA EM 2008: ABRIR AS PORTAS DOS RESERVATÓRIOS DE ÁGUA À POPULAÇÃO!

Talvez os portuenses não imaginassem que seria possível treinar tacadas de golfe no topo dos depósitos de água dos Congregados, no ponto mais alto de toda a cidade do Porto, cimo de toda a Rua do Monte do Tadeu, na freguesia do Bonfim, ou jogar futebol, ténis ou andebol em recintos desportivos construídos sobre os reservatórios de água do Bonfim.
O concurso público internacional foi lançado no ano de 2007 pela Empresa Municipal de Águas do Porto e visava dar nova utilidade aos sete reservatórios de água espalhados pela cidade do Porto.
Conforme noticiou o Jornal de Notícias de Segunda-feira, 16 de Junho de 2008, páginas 16 e 17, foram 173 soluções de 22 países, o júri rendeu-se às propostas de cinco equipas nacionais, uma da Polónia e outra da Finlândia.
Todas as propostas foram expostas em 30 de Junho de 2008 na Faculdade de Arquitectura do Porto (FAUP). Parques desportivos, cinema ao ar livre, estufas agrícolas, bares, discotecas, espaços para desportos radicais, hortas biológicas e ateliês para jovens artistas. Existiu de tudo um pouco. Para premiar tão nobre criatividade, foram na época atribuídas 31 menções honrosas.
Dos sete reservatórios de água existentes em toda a cidade do Porto, as torres do Amial, de Fonte da Moura e dos Congregados, no cimo de toda a Rua do Monte do Tadeu (ponto mais alto de toda a cidade do Porto) cativaram a maioria das soluções. “No Amial, demos dois primeiros prémios, porque as propostas eram mais fortes e coerentes. Como a torre se insere num bairro, muitos concorrentes entenderam dar-lhe um uso social e de animação”, explicou em Junho de 2008 o arquitecto Luís Cadeco, da empresa Águas do Porto, E.M..
Para o ponto mais alto de toda a cidade do Porto, no cimo de toda a Rua do Monte do Tadeu, na freguesia do Bonfim, nos Reservatórios de Água dos Congregados, Marta Reis, Luísa Moura e Sara Osório idealizaram um CCC. Não é um centro comercial, mas um espaço comunitário nascido entre os silos com musicoteca, biblioteca e informática, entre outras actividades. O velhinho depósito de água da torre é reservado para discoteca, bar e restaurante. Para o arquitecto Luís Cadeco, da empresa Águas do Porto, E.M., a maior virtude da proposta reside na criação de uma fachada que liga os reservatórios de água à Rua da Alegria sem construir um novo edifício.
Instalar a Academia de Golfe do Porto no cimo dos reservatórios de água dos Congregados, paredes meias com a Rua da Alegria e o velhinho Jardim do Monte do Tadeu, em pleno centro da cidade do Porto, na freguesia do Bonfim, é uma ideia dos arquitectos Pedro Ribeiro, Andreia Vigário, Nuno Travasso e Pedro Santos que não venceu, mas convenceu o júri a atribuir-lhe uma menção honrosa. A escassez de espaço na envolvente da torre (onde ficaria o club-house e a esplanada com vista panorâmica para a baixa) levou esta equipa a olhar para a cobertura dos depósitos. Sobre cada uma deles, cria três áreas distintas de treino de golfe: chipping green, driving range e putting green. No solo, ficaria o mini-golfe.
As arquitectas Sophie Panzer e Natalia Busch põem os Congregados, no ponto mais alto de toda a cidade do Porto, de cabeça no ar. Aproveitam a altura da torre para lançarem o Portorama, prevendo ascensões de balões de ar a partir do topo do reservatório de água. Também o arquitecto Nuno Oliveira coloca os recintos desportivos nas coberturas de um reservatório circular e dos depósitos rectangulares no Bonfim. “Este é o melhor projecto, o mais bem trabalhado e o mais coerente”, não hesita em dizer o arquitecto Luís Cadeco, da empresa Aguas do Porto, E.M.. A ideia do parque desportivo urbano, para onde se projectam dois edifícios com balneários de apoio, restauração, ginásio e quartos para pousada da juventude ou lar da terceira idade, valeu o primeiro prémio.
Para os desportos radicais, destaca-se a solução dos finlandeses Matolaatikko que cobrem o terreno que está entre a Rua do Monte do Tadeu e a Rua de Santo Isidro com fibra de betão ondulada propícia às manobras dos skaters. A iluminação lembra troncos de árvores.
É de relembrar que o primeiro prémio foi atribuído a cinco arquitectos nacionais, entre eles o português Nuno Oliveira pela ocupação desportiva para os reservatórios do Bonfim, aos polacos Grzyb & Moe pela a ocupação desportiva para os reservatórios de Serpa Pinto e ainda aos filandeses.
A equipa de arquitectos finlandeses (Mikko Jakonen, Heikki Muntola, Sami Logren, Heikki Riitahuhta, Sampsa Palva e Toni Õsterlund) sugerem a criação de uma grande piscina no centro das arcadas do antigo reservatório da Pasteleira. O SPA seria servido por luz natural, através de clarabóia rasgadas no solo. Teria sauna e balneários.
As arquitectas Andrea Bombasaro e Carla Viana enterram a música na Pasteleira. Usam as arcadas do antigo reservatório subterrâneo para desenhar uma discoteca com três salas, que podem ser associadas ou fechadas consoante os eventos, e uma lotação máxima de 4080 pessoas. A equipa de projectistas nacionais faz a adaptação sem alterar mexer no parque, à superfície.
No total foram 173 equipas de arquitectos lusas e estrangeiras capazes de provar que é possível transformar os espaços dos depósitos de água em centros lúdicos, discoteca, SPA e parques desportivos. Agora só falta que a autarquia portuense conjuntamente com a empresa Águas do Porto, E.M. ponha em prática todos estes projectos premiados. Até porque, segundo sei, as empresas que se vão instalar em tão nobres espaços são as mesmas que vão pagar todas estas obras. Mãos á obra, para bem de todos!


 
Mário de Sousa*

*Sócio-fundador e presidente da Associação de Moradores de Monte do Tadeu / Santo Isidro, Bonfim, Porto.

MOMENTOS POLÍTICOS EM QUE VIVEMOS


MOMENTOS POLÍTICOS EM QUE VIVEMOS

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, começou a entrar em derrapagem ao fim de pouco tempo. Quis dar uma imagem de grande líder, que se coloca para além das pequenas questões partidárias, que coloca as instituições em primeiro lugar, que é profundamente patriótico e salvador do país. Vai daí encontra-se com o Primeiro-Ministro, José Sócrates, a quem sugere e exige cortes vários, nos investimentos públicos, nas despesas do Estado e nos salários, propondo ainda o aumento de impostos, a troco de dar a mão ao país, como ele afirmou; para além disso, falou aos portugueses e pediu-lhes desculpa, afinal, por fazer aquilo que devia ser feito.
Mas, escassos dias após tudo isso se ter passado, é ver agora o PSD célere e em correria desenfreada, em todos os recantos do país, a exigir obras, a pedir mais investimento e a clamar pelo aumento das despesas do Estado nas mais diversas áreas. É o chamado paradoxo ou mais uma versão do “muito bem prega Frei Tomás”.
Fiquei bastante estupefacto com tamanha falta de coerência.
Mas, bem vistas as coisas, é mais uma daquelas derivas a que o PSD e os seus líderes já nos vem habituando ao longo dos tempos.
Senão vejamos.
Nas obras públicas são contra todas, mas depois vêm exigir todas e mais algumas para todos os municípios e territórios.
Nas energias renováveis, dizem que concordam, mas depois vêm colocar em causa todos os programas e todos os planos que visam aumentar a nossa segurança energética através da diversificação das fontes de energia.
Na saúde, dizem que temos que racionalizar mas quando a ministra apresenta um plano para a redução de custos o PSD acha que todas as medidas são cegas e erradas sem apresentar qualquer tipo de alternativas a não ser a de acabar com o SNS.
Na segurança social, não encontrando melhor solução no âmbito das políticas públicas, dizem que o melhor era mesmo a sua privatização!
Na banca já todos bem sabemos o que faria. Matava a CGD através da sua privatização. Aquilo que nem ao mais liberal dos liberais passaria pela cabeça, passa pelo pensamento e pela vontade de Pedro Passos Coelho.
Ou seja, o PSD quando se trata de teorizar e apregoar medidas em abstracto e nas nuvens, quer fazer todos os cortes possíveis e imaginários, mas quando se trata de questões concretas e objectivas para os territórios e para as pessoas, quer a execução de todas as obras e mais algumas e o benefício para todas as classes profissionais.
Não, esta não é uma forma leal e patriótica de fazer política. Esta é uma forma populista e politicamente irresponsável, que descredibiliza a política e os políticos.
Com este PSD não creio que haja “tango” que resista! Aguardemos para ver!
Vivemos num momento de maior e mais grave crise económica, social e financeira mundial desde a II Grande Guerra. Para mais, o quadro políticoinstitucional saído das últimas eleições legislativas (com maioria relativa do PS e um parlamento fragmentado), a crispação política permanente (numa lógica de ataques de carácter, gerida meticulosamente e a conta gotas), a persistente irresponsabilidade política da oposição (que faz com que a extrema esquerda –seja ela marxista-leninista, maoísta ou trotskista – se junte à direita conservadora e à direita liberal e vice-versa, com um único objectivo: o ataque ao Governo) e uma nova liderança do maior partido da oposição (que optou por uma linha tacticista e oportunista), adensam o clima político e criam uma percepção, na opinião pública, de guerrilha permanente.
É neste quadro que o Governo de José Sócrates tem de resolver uma “equação complexa”.
Ou seja, neste contexto difícil – com o ataque dos mercados e a pressão internacional – está obrigado a tomar medidas dolorosas e penosas, ao mesmo tempo que prossegue uma agenda de crescimento económico através da execução do Programa de Governo e do cumprimento das promessas eleitorais assumidas. É esta a batalha que estamos a travar: a batalha da governabilidade, contra ventos e marés.
Vivemos, de facto, tempos extremamente exigentes e o PS tem de estar à altura da sua história. Ora, este cenário político-social complexo reclama de todos nós Portugueses mobilização, coragem, combate político e trabalho, muito trabalho. Mais uma vez o PS é chamado a governar quando o país, a União Europeia e o Mundo vivem uma situação difícil. E perante a miopia política, o calculismo eleitoral e a inconsciência da oposição, o PS tem de continuar a afirmar-se como o referencial da estabilidade e da defesa do interesse nacional. O que está em causa é muito importante. Para além da batalha da governabilidade, a eleição da nova liderança no maior partido da oposição antecipa um importante desafio. Começa a desenhar-se uma redefinição ideológica e programática no PSD, que conduzirá, inevitavelmente, a um fortíssimo ataque ao Estado Social (e aos seus pilares fundamentais). Antevê-se um ataque sem precedentes à Saúde, à Educação e à Segurança Social públicas, por parte de uma direita liberal, sedenta de poder e destituída de valores, que aposta tudo no livre arbítrio do mercado.
A mesma lógica que conduziu o mundo a esta grave crise.
A batalha e os desafios aqui enunciados convocam todos os socialistas e os Portugueses em geral, e apelam à união em torno do nosso legado histórico, dos nossos princípios fundadores, do nosso projecto para o país e a um combate sem tréguas na defesa do interesse nacional, da governabilidade e do Estado Social.


Mário de Sousa*

*Consultor de Comunicação

mario.sousa@europe.com

PORTO, UMA CIDADE ADIADA!


PORTO, UMA CIDADE ADIADA!

As infra-estruturas urbanas na cidade do Porto estão em total degradação, num estado deplorável de quase ruptura. Quando chove com intensidade rompem-se as condutas de saneamento e inundam-se bastantes habitações; quando o vento aparece com bastante intensidade, caem as árvores sobre os automóveis, quando não sobre o peão.
Na Travessa do Monte do Tadeu, no ponto mais alto de toda a cidade do Porto, na freguesia do Bonfim, o estado de todo o arruamento e passeios é já bastante deplorável, sendo notório a falta de sarjetas para o escoamento de águas pluviais. A actual situação provocou já algumas vítimas residentes no local (Travessa do Monte do Tadeu).
E, enquanto isto, o que anda o presidente da Câmara Municipal do Porto a fazer? O que de mais importante o preocupará?
A prioridade política da Câmara Municipal do Porto não passa pelo espaço público. Os actuais responsáveis pela autarquia portuense na falta de ideias novas apenas dão seguimento a ideias e projectos das anteriores gestões (socialista) ou autorizam pequenas reparações urgentes ou casuísticas para dar nas vistas em tempo de eleições.
Actualmente na cidade do Porto não existem planos integrados de manutenção que prevejam -como ditam as regras mais elementares -a restauração e reconstrução de cada rua ao fim de 30 anos, a substituição na totalidade de pavimentos em cada 8 anos, a limpeza periódica das condutas de águas pluviais, ou outras intervenções sistemáticas e estruturantes.
Ao abandono! Assim se apresenta o espaço público da nossa cidade do Porto: passeios cheios de buracos, autênticas crateras, causando muitas vítimas, em particular nas pessoas com mais idade e em crianças; ruas que estão a danificar as suspensões de automóveis e os ossos de todos aqueles que utilizam os autocarros públicos e não só.
Na cidade do Porto é actualmente notório a falta de espaços de encontro, convívio e lazer, os jardins de proximidade já não tenhem flores para colorirem tão nobres espaços para a saúde pública como em tempos acontecia e, unicamente desaparecem cada vez mais da nossa cidade e os parques infantis na cidade do Porto nem velos!
Acresce que a ausência de uma boa e continuada manutenção tem como consequência lógica a depreciação progressiva e irreversível das infra-estruturas da cidade do Porto. Assim , não só é infernizado o quotidiano de todos os portuenses e não só, como ainda se compromete o futuro da cidade do Porto.


Mário de Sousa*

*Consultor de Comunicação

mario.sousa@europe.com