quarta-feira, 29 de abril de 2009

Deveria o Governo ficar calado e quieto?

Publicado em 29 de Abril de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2.
O PSD e o CDS-PP têm vindo a público adjectivar de “eleitoralistas” muitas das propostas apresentadas e implementadas pelo nosso Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, no âmbito da resposta à crise económico-financeira internacional. Dizem eles (PSD/CDS-PP) que tais propostas, anunciadas em ano de vários actos eleitorais, têm objectivos que visam apenas ganhar votos e não tanto resolver os problemas das pessoas. Mas, pensemos um pouco no alcance destas acusações! Poderia o nosso Primeiro-Ministro e o restante Governo de Portugal, face à crise económico-financeira internacional que se vive hoje, anunciar ao país que não pode fazer nada pelas famílias e pelas empresas só porque estamos em ano de eleições? Seria desejável pedir às famílias e às empresas que esperem por Setembro para que o próximo Governo possa tomar medidas em seu favor e em seu socorro? Tem o país condições para perder todos estes meses que antecedem as eleições legislativas? Deveria o Governo ficar quieto?

Parece-me perfeitamente natural que um Governo eleito democraticamente tenha como função a tarefa de governar. Na verdade, quando os portugueses foram a votos em Fevereiro de 2005, fizeram-no na certeza de que estavam a escolher um Primeiro-Ministro de um Governo que asseguraria a condução dos destinos do país ao longo de uma legislatura.

Por outro lado, parece-me igualmente evidente que o Governo, ao longo da sua acção, tenha a necessidade e até o dever de justificar as suas decisões e de comunicar as suas opções. A população tem, aliás, o direito a essa informação em nome da transparência que se espera em todo o processo governativo.

Embora estes dois aspectos me pareçam naturais e absolutamente evidentes, não o são para algumas pessoas.
Já a deputada do Bloco de Esquerda, Ana Drago, no seguimento do debate quinzenal de na Assembleia da República com o Primeiro-Ministro, vem sustentar que “na rede social Twitter, o Plano Tecnológico produz comentários e afirmações que se limitam a fazer a defesa das propostas apresentadas pelo Primeiro-Ministro, José Sócrates”. Mais: Ana Drago, ignorando o facto do Gabinete do Plano Tecnológico ser um gabinete governamental, vem pedir explicações para aquilo que considerou uma “violação do princípio da independência entre o Estado e a Administração Pública”. Mas que democracia é esta defendida pelo Bloco de Esquerda? Nos debates no Twitter ou nos blogues, o Governo não pode participar para sustentar, explicar e defender as suas próprias propostas? Para esta esquerda, o Governo deve reduzir-se a assistir ao que alguns vão dizendo através dos meios tecnológicos hoje disponíveis! Deveria o Governo ficar calado?

Ora, estes dois episódios caracterizam bem a nossa oposição. Para a oposição, o Governo deveria calar a boca e baixar os braços perante os problemas vividos em Portugal e no mundo. Para esta oposição, o Governo deveria assistir “mudo e quieto” à falência de empresas, à dificuldade das famílias em enfrentar estes tempos difíceis. Mas percebese bem este desejo da oposição em manter o Governo calado e parado. Ou não serão estes dois aspectos, silêncio e inércia, que melhor caracterizam esta oposição?
Faz falta a esta oposição a verdade, a responsabilidade, determinação, empenho e eficácia. Tudo isto que são, para o nosso Primeiro-Ministro e para o Governo de Portugal, algumas das principais características da coerência governativa, defendendo, por isso, “que é preciso não perder o rumo do trajecto de modernização do país”, e “nunca baixar a ambição no combate às desigualdades”.
Mário de Sousa - Bonfim, Porto

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A verdade da razão

Publicado em 27 de Abril de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2.
Em sessão do plenário da Assembleia da República de 2 de Abril de 1976 foi aprovada a Constituição Portuguesa, lei fundamental para todos os cidadãos que, com a revolta do 25 de Abril de 1974, pôs termo a uma ditadura de direita salazarenta e marcelista que a todos, com algumas excepções, oprimia e não lhes reconhecia o direito a ter voz e pensamento.

A aprovação solene restituiu aos portugueses o direito à liberdade e a estabelecerem os princípios básicos da democracia, dando, deste modo, vida a uma liberdade responsável pois somos a partir dessa aprovação solene e actualmente um estado de direito.

Ao longo destes 33 anos a Constituição sofreu já 7 revisões, a última das quais em 2005, e com isso se expurgaram alguns conceitos provocadores de querelas partidárias, mantendo-se, contudo o essencial a uma sadia estabilidade politica.

É pena que o esforço desenvolvido até hoje não seja bem acolhido pelos partidos de direita, e, nisso o CDS/PP está à vontade porque votou contra em 1976, mas pouco mais fazem do que criticar a constituição inicial e as revisões, e hoje vem defender “uma reforma aprofundada do texto” até se chegar a “um padrão constitucional novo”, isto é ou talvez seja, “um modelo único”.
No artigo 2º da Constituição lê-se que Portugal é um Estado de direito baseado na soberania e pluralismo de expressão que, entre outros, visa a realização da democracia económica, social, cultural e ambiental e o aprofundamento da democracia participativa.

Uma referência quero fazer ao 25 de ABRIL de 1974, pois a esse acontecimento histórico, às forças armadas e ao Povo Português devemos a nossa liberdade e a existência da Lei Fundamental dos portugueses que é a CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA.

Democracia participativa, sempre! E VIVA O 25 DE ABRIL!!!
Mário de Sousa - Bonfim, Porto

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Silêncio e inércia!

Publicado em 22 de Abril de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2.

O PSD e o CDS-PP têm vindo a público adjectivar de “eleitoralistas” muitas das propostas apresentadas e implementadas pelo nosso Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, no âmbito da resposta à crise económico-financeira internacional. Dizem eles (PSD/CDS-PP) que tais propostas, anunciadas em ano de vários actos eleitorais, têm objectivos que visam apenas ganhar votos e não tanto resolver os problemas das pessoas. Mas, pensemos um pouco no alcance destas acusações! Poderia o nosso Primeiro-Ministro e o restante Governo de Portugal, face à crise económico-financeira internacional que se vive hoje, anunciar ao país que não pode fazer nada pelas famílias e pelas empresas só porque estamos em ano de eleições? Seria desejável pedir às famílias e às empresas que esperem por Setembro para que o próximo Governo possa tomar medidas em seu favor e em seu socorro? Tem o país condições para perder todos estes meses que antecedem as eleições legislativas? Deveria o Governo ficar quieto?
Parece-me perfeitamente natural que um Governo eleito democraticamente tenha como função a tarefa de governar. Na verdade, quando os portugueses foram a votos em Fevereiro de 2005, fizeram-no na certeza de que estavam a escolher um Primeiro-Ministro de um Governo que asseguraria a condução dos destinos do país ao longo de uma legislatura.
Por outro lado, parece-me igualmente evidente que o Governo, ao longo da sua acção, tenha a necessidade e até o dever de justificar as suas decisões e de comunicar as suas opções. A população tem, aliás, o direito a essa informação em nome da transparência que se espera em todo o processo governativo.
Embora estes dois aspectos me pareçam naturais e absolutamente evidentes, não o são para algumas pessoas.
Já a deputada do Bloco de Esquerda, Ana Drago, no seguimento do debate quinzenal de na Assembleia da República com o Primeiro-Ministro, vem sustentar que “na rede social Twitter, o Plano Tecnológico produz comentários e afirmações que se limitam a fazer a defesa das propostas apresentadas pelo Primeiro-Ministro, José Sócrates”. Mais: Ana Drago, ignorando o facto do Gabinete do Plano Tecnológico ser um gabinete governamental, vem pedir explicações para aquilo que considerou uma “violação do princípio da independência entre o Estado e a Administração Pública”. Mas que democracia é esta defendida pelo Bloco de Esquerda? Nos debates no Twitter ou nos blogues, o Governo não pode participar para sustentar, explicar e defender as suas próprias propostas? Para esta esquerda, o Governo deve reduzir-se a assistir ao que alguns vão dizendo através dos meios tecnológicos hoje disponíveis! Deveria o Governo ficar calado?
Ora, estes dois episódios caracterizam bem a nossa oposição. Para a oposição, o Governo deveria calar a boca e baixar os braços perante os problemas vividos em Portugal e no mundo. Para esta oposição, o Governo deveria assistir “mudo e quieto” à falência de empresas, à dificuldade das famílias em enfrentar estes tempos difíceis. Mas percebe-se bem este desejo da oposição em manter o Governo calado e parado. Ou não serão estes dois aspectos, silêncio e inércia, que melhor caracterizam esta oposição?
Faz falta a esta oposição a verdade, a responsabilidade, empenho e eficácia. Tudo isto que são, para o nosso Primeiro-Ministro e para o Governo de Portugal, algumas das principais
características da coerência governativa, defendendo, por isso, “que é preciso não perder o rumo do trajecto de modernização do país”, e “nunca baixar a ambição no combate às desigualdades”.
Mário de Sousa - Bonfim, Porto

quarta-feira, 15 de abril de 2009

MATÉRIA EM ESPAÇO DA ESCRITA COM SENTIDO

Publicado em 15 de Abril de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2.


Recolha de lixo na cidade do Porto não está a ser feita como deve ser

Depois de eu fazer várias referências em alguns orgãos de comunicação social escrita referente a alguns locais da nossa cidade do Porto, principalmente nas zonas de Rua de Latino Coelho, Rua da Alegria, Rua e Travessa de Santo Isidro, etc.. Continuo a constatar que a recolha de lixo não está a ser feita nas melhores condições. Nos locais a onde existem plataformas com contentores para deposição dos lixos doméstico, é notório que a recolha em alguns dias da semana não é feita, ficando os contentores cheios até à próxima recolha que em alguns locais demora alguns dias. É ainda notório que muito raramente as plataformas do lixo e os respectivos contentores são alvo de uma limpeza como deve ser. De tudo isto resultam cheiros nauseabundos, principalmente nos períodos em que o sol brilha mais um pouco.

Não é admissível que mesmo depois de ser autorizado e aprovado na Câmara Municipal do Porto o pagamento de horas extraordinárias ao pessoal da limpeza da cidade, a recolha do lixo não seja feita nas melhores condições. Ou será que o facto acontece em locais em que a limpeza está a ser feito por empresas privadas?


Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa@europe.com

terça-feira, 14 de abril de 2009

UM OLHAR SOBRE O PAÍS

Publicado em 14 de Abril de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2.


Centenas de novos empregos criados pelo Estado e instituições de economia social

Foi elogiado pelo nosso Primeiro-Ministro, José Sócrates, a rapidez com que as instituições de economia social responderam ao apelo do Governo, afirmando que o país, “hoje mais do que nunca”, precisa destas instituições para responder ao desemprego, fenómeno que classificou como a “consequência mais grave” da difícil situação económica e social “em que estamos mergulhados”.
O papel das instituições ligadas à economia social assume actualmente um protagonismo absolutamente decisivo na resolução dos problemas relacionados com o desemprego.
O nosso Primeiro-Ministro, José Sócrates, assinou, em plena cerimónia para esse efeito, seis dezenas de protocolos estabelecidos entre o Estado e diversas instituições sociais, que vão permitir, numa primeira fase, integrar no mercado de trabalho 670 jovens e desempregados no quadro da “Iniciativa Emprego 2009”.
José Sócrates, que presidiu na cidade do Porto a este evento, referiu que a parceria estratégica agora encontrada entre o Estado, as empresas e um conjunto de instituições sociais, vai permitir criar um quadro credível e sustentável, capaz de responder num espaço de tempo razoável, como frisou, aos problemas do emprego de algumas centenas de pessoas.
Recorde-se que todos estes protocolos assinados na Cidade Invicta, entre o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e várias instituições sociais, no âmbito da “Iniciativa Emprego 2009”, decorre de um programa dinamizado pelo Estado que envolve um investimento de cerca de 580 milhões de euros, e tem por objectivo exclusivo a promoção do emprego.
Os protocolos agora estabelecidos entre o Estado (IEFP) e um conjunto largo de instituições, designadamente a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, a Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas, a Confederação das Cooperativas Portuguesas, a União das Misericórdias Portuguesas, a União das Mutualidades Portuguesas e mais 58 outras instituições da região Norte, visam ajudar à inserção no mercado de trabalho, numa primeira e imediata fase cerca de 580 desempregados e realizar aproximadamente 90 estágios profissionais para jovens.
A partir de agora, salientou o nosso Primeiro-Ministro, a propósito do estabelecimento destes protocolos, mais 670 pessoas que presentemente estão no desemprego “vão passar a ter uma oportunidade para beneficiarem de uma actividade profissional digna”, frisando que o objectivo do Governo ao lançar este programa “Iniciativa Emprego 2009” é proporcionar que cerca de 30 mil desempregados passem a ter uma efectiva inserção no mercado de trabalho.
O nosso Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, lembrou que, apesar da crise, todos os dias “se estão a criar novos postos de trabalho”, reconhecendo que o papel prioritário que deverá neste particular estar reservado ao Estado, é o de assumir uma tarefa determinante na ajuda a encontrar as condições para que as decisões possam ser tomadas de forma célere e envoltas em menos incertezas.
Vieira da Silva afirmou ainda que se cabe ao Governo, “como defendo”, criar as condições para que essas decisões sejam mais rápidas, então justificam-se, sublinhou, os apoios e incentivos previstos no programa “Iniciativa Emprego 2009”, que têm como principais objectivos, “mobilizar a sociedade portuguesa para a manutenção dos empregos existentes, facilitar a entrada dos jovens no mercado de trabalho e criar condições para acelerar a transição entre a perda do emprego e o regresso ao mercado de trabalho“.

Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa@europe.com

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ilhas na Freguesia do Bonfim: uma questão de (in)segurança!

Publicado em 13 de Abril de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2.


As ilhas na Freguesia do Bonfim aparecem a partir da segunda metade do século XIX, com o início do processo de industrialização da Cidade do Porto. O seu surgimento é indissociável da incapacidade de o núcleo antigo da cidade responder à crescente procura de habitação operária.
São soluções habitacionais colectivas de um só piso acrescido de um pequeno sótão em alguns casos, frequentemente de acordo com o modelo de costas com costas, construídas sem supervisão municipal, genericamente, com materiais muito baratos e de muito fraca qualidade, sobretudo nas traseiras de habitações da pequena burguesia da área central da cidade do Porto ou em quarteirões inteiros mais ou menos resguardados, com poucas infra-estruturas e com muito reduzida dimensão.
São casas com telhados que não impedem a chuva de corroer o mobiliário e onde os ratos são convidados indesejáveis, deixando marcas de mordidelas nas caras e orelhas das crianças, são realidades que hoje ainda fazem parte do dia-a-dia de cerca de nove mil habitantes das ilhas do Porto.
Ao caminhar pelas ruas estreitas, na Freguesia do Bonfim, onde as casas se encavalitam, torna-se difícil não tropeçar em pequenas habitações que escondem famílias de oito pessoas. Aqui, reinventam-se os quartos de dormir e para ir à casa de banho colectiva os moradores têm de sair ao pátio ou ter dentro dos pequenos espaços habitacionais o chamado de balde higiénico.
Da casa dos Silva a vista é deslumbrante, com o Douro, em baixo, a estender-se languidamente numa imagem de postal a fazer as delícias de qualquer turista que se preze. No entanto, a beleza exterior do espaço entra em choque com a exígua habitação em que Fernanda e Serafim vivem com os seis filhos. Oito pessoas circulando num estreito corredor onde dois não passam ao mesmo tempo. Espreitando para a sala, no chão está um colchão a todo o comprimento, que serve de cama à filha, de 15 anos. Nas paredes já não se reconhece os 1300 euros gastos para melhorar a casa, há sete anos, quando saíram da barraca onde viviam. “Isto é uma miséria.
Quando a nossa filha casada vem visitar-nos temos de a pôr a dormir no chão com o marido”, lamenta Serafim, de 50 anos.
As dificuldades aguçaram o engenho e este desempregado da construção civil teve artes para fazer de um galinheiro o local onde a família se reúne às refeições. Cozinha não existia: ainda há bem pouco tempo se comia em fila na escada. “Foi graças a ele que as coisas melhoraram. Ficámos muito felizes por poder ter uma mesa”, solta Fernanda.
A pobreza não roubou a esta família a alegria de viver, mas a palavra esperança custa cada vez mais a ser dita. “Vivemos com menos de seiscentos euros para oito pessoas. O que é que se faz com este dinheiro?”, argumenta Serafim. Revoltada com a sorte, Fernanda exalta-se: “Veja bem, olhe para este menino, já foi mordido por ratos nas orelhas.”
Ilha Grande, na Rua de S. Vítor
Na Rua de S. Vítor, Freguesia do Bonfim, quase todos os portões dão acesso a ilhas. O hip-hop, ritmo preferido dos jovens aceleras, cria uma estranha mistura com o pimba, a gosto dos mais velhos. Na maior, a Ilha Grande, as histórias de pobreza e abandono repetem-se ao passar por cada porta. No entanto e paredes-meias existe um pequeno bairro social, chamado de Senhora das Dores, já pronto à bastante tempo e em espera de vésperas das eleições autárquicas (Outubro de 2009) para mais um show eleitoralista de entrega de habitações aos coitadinhos.
As ilhas foram desde cedo um importante foco de insalubridade. A demolição de uma parte relevante das mesmas foi a génese do programa de habitação social camarário implementado no tempo do dr. Fernando Gomes.
Em muitos casos, na sequência de vistorias feitas pela autarquia portuense os proprietários são notificados para proceder à respectiva demolição. Na maioria das situações são processos muito morosos.
E em casos em que a própria autarquia portuense é o senhorio, como, por exemplo: a Ilha da Belavista, na Rua de D. João IV, na Freguesia do Bonfim, os moradores (já muito antigos no local) são chamados a pagar as suas rendas a tempo e horas. Em contrapartida a autarquia portuense não resolve os problemas que actualmente os seus inquilinos necessitam, como, por exemplo: o solo das traseiras de toda a ilha está actualmente a abater sem que ninguém tome as medidas necessárias para a resolução de tão perigosa situação. Talvez só tomem uma medida efectiva depois de acontecer uma tragédia.
Muitos moradores das ilhas foram às suas custas melhorando as condições de habitabilidade das casas. Essa situação verifica-se sobretudo ao nível do saneamento básico, instalações eléctricas e também na melhoria de condições dos espaços subaproveitados.
A cidade do Porto constituiu um bom exemplo no passado (de gestão socialista), ao nível nacional, no que respeita à operacionalidade de uma rede muito eficaz de serviços de redução de danos destinada àqueles grupos socialmente conhecidos. O Contrato de Cidade e o projecto para os sem-abrigo foram duas iniciativas inovadoras e exemplares para outros municípios do País.
Eu vi de perto (também aqui nesta área) o associar sempre o saber ao saber fazer bem, consciente de que a acção sem estudo e sem reflexão não tem, nem faz sentido. Por isso, a avaliação e a produção de conhecimento sobre as problemáticas objecto de intervenção estiveram e deveriam continuar a estar sempre presentes na forma de gerir uma autarquia, quer seja no município portuense como nas juntas de freguesia (principalmente na Freguesia do Bonfim).

Nesse passado (de gestão socialista), vi ser constituído um Observatório Permanente sobre a Segurança e vi responder às interrogações que a cidade colocava (nessa altura) no que respeita à segurança e ao sentimento generalizado de insegurança.


Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa@europe.com

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Memória em ano de eleições

Publicado em 10 de Abril de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 3.

Hoje está bem presente na cabeça dos portugueses a lembrança de quais os governos e governantes, com maioria absoluta, que foram capazes e tiveram a coragem, empenho e determinação para fazer as reformas sociais para o bem e a favor do povo português, principalmente para ajudar e apoiar os mais desfavorecidos.
Actualmente os que são mais críticos ao Governo do nosso Primeiro-Ministro, José Sócrates (com pouco mais de 4 anos de governação), são aqueles que quando estiveram recentemente na governação do País não foram capazes de fazer o que prometeram, como, por exemplo: as reformas sociais, tendo hoje o grande descaramento de brincarem com coisas sérias, como é o facto do computador Magalhães, etc.. Sendo esses mesmos hoje conhecidos pelos Portugueses por se tramarem e tangarem uns aos outros dentro do PSD e ainda por tramarem e tangarem o País e os Portugueses quando passaram pela governação de Portugal, nos 10 anos de governo de Cavaco Silva, 8 dos quais em maioria absoluta, com mais 3 anos de Durão Barroso e uns meses de Santana Lopes. Estou a falar de Manuela Ferreira Leite, Morais Sarmento, Cavaco Silva, Durão Barroso, Santana Lopes e companhia.
Em tempos passados os governantes, anteriormente já mencionados, tramaram-nos com a tanga das tangas e com o marketing, publicidade e propaganda política enganosa de que os outros (dr. Fernando Gomes e o eng.º António Guterres) fugiram ás responsabilidades, quer fosse da cidade do Porto ou do governo da Nação Portuguesa.
O Povo Português têm memória e ainda não esqueceu as governações desastrosas dos três últimos governos do PSD/CDS-PP aos quais os já citados membros do PSD (Manuela Ferreira Leite, Morais Sarmento, Cavaco Silva, Durão Barroso, Santana Lopes e companhia) e ainda os do CDS-PP (Paulo Portas, Bagão Félix, Nobre Guedes e companhia) estiveram ligados e com bastantes responsabilidades políticas que culminou com a trama feita pelo dr. Durão Barroso e outros ao seu próprio eleitorado, quando ao fim de três anos de governação fugiu ao compromisso assumido para ir chefiar a Comissão Europeia, e ainda quando roeu a corda ao dr. António Vitorino, do PS, depois de lhe ter dado a sua total confiança e apoio para tão nobre cargo europeu.
É de relembrar que este cargo de presidente da Comissão Europeia tem a duração legislativa de cinco anos e é cinco vezes mais rentável, monetariamente falando, do que ser Primeiro-Ministro de Portugal. Afinal quem é que fugiu e abandonou as responsabilidades assumidas para com o seu eleitorado e os portugueses e só viu os interesses pessoais? E se anteriormente eram contra as políticas de governos socialistas, porque é que quando chegaram ao poder não fizeram as reformas de acordo com o que disseram anteriormente e apenas só trocaram o nome das coisas, como, por exemplo: o rendimento mínimo garantido passou a chamar-se rendimento social de inserção, onde fica a coerência das coisas?
Eu, pessoalmente nunca fui com as tangas dos tangas e sempre soube caminhar na vida pela minha cabeça e sei que os portugueses também assim serão certamente e sempre souberam ver e distinguir de que lado estava ou estavam as verdades, como também cedo eu soube ver quem é que efectivamente nos mergulhou num pântano de tanga e tangas. E não vai ser agora ou nos próximos actos eleitorais, durante o ano de 2009, que eu irei querer regressar ao passado e ao derrotados que criaram o pântano de tanga e de tangas de que ainda hoje estamos a pagar a elevada factura.

Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa@europe.com

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Num Porto (in)feliz!...

Publicado em 08 de Abril de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2.

Somos um grupo de pessoas voluntariosas e muito cientes dos deveres e direitos de cidadania e humanismo que em sociedade nos devemos uns aos outros, e á muito tempo que resolvemos reclamar sobre vários aspectos que incomodam e fazem sofrer alguns residentes da área da nossa jurisdição (Monte do Tadeu), e também de outros espaços vizinhos de onde nos chegam pessoas com várias reclamações desses locais com falta de defensores em causa própria.
Todos nós sabemos dos problemas sociais que actualmente existem na Cidade do Porto, como, por exemplo, os arrumadores de carros, toxicodependentes e outras pessoas sem-abrigo que merecem um melhor tratamento por parte da Câmara Municipal do Porto, coisa que não é fácil, com o dr. Rui Rio na presidência.
Estou neste momento a recordar-me de todo o dinheiro que foi e é mal gasto nos anos passados, e recentemente disponibilizado para as corridas de carros realizadas na zona da Foz e Boavista, ou ainda o que foi e é mal gasto na brincadeira de aviões que, na zona da Foz do Douro, se realizaram no mês de Setembro de 2008 e, que, quanto a mim, é mais um gasto supérfluo enquanto houver um sem-abrigo a passar fome, um arrumador de carros com dificuldades em sobreviver ou outro tipo de pessoas carenciadas a passar mal e a viver com falta de dignidade e condições básicas, sociais, humanas e ambientais para a sua sobrevivência. E é por dizer e escrever este tipo de comentários verdadeiros e com muito fundamento, sempre no meu humilde ponto de vista, e porque o que sempre me move são apenas aqueles que mais padecem na cidade do Porto, que eu e a nossa zona habitacional (Monte do Tadeu) somos personas não gratas para o dr. Rui Rio e o restante executivo.
Gostava de ver o presidente da Câmara do Municipal do Porto, dr. Rui Rio, como também o presidente da junta de freguesia do Bonfim com os olhos mais humanistas e a verem a realidade e onde o nosso dinheiro é mais bem empregue e onde faz mais falta, e não aproveitar-se (dr. Rui Rio) dos “coitadinhos” para estar constantemente a fazer oposição com fins eleitoralistas, pensando mais nas próximas autárquicas de Outubro de 2009 do que nessas pessoas mais carenciadas e em outras situações urgentes, como, por exemplo, as obras prometidas há mais de sete anos (Novembro de 2001), em pré-campanha das eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 2001, por si próprio dr. Rui Rio na zona do Monte do Tadeu e que ainda estão por começar. Até quando dr. Rui Rio?
E no que diz respeito aos “Coitadinhos”, ainda nos lembramos de o dr. Rui Rio estar a mal tratar todas as pessoas que se deslocam ao “Coração da Cidade” para matar a fome. Dr. Rui Rio, deixe de governar a cidade do Porto na base de um arcaico protagonismo com fins eleitoralistas e pense efectivamente mais nas pessoas que actualmente passam fome, passando por dificuldades e sofrendo muito por falta de uma resposta séria e honesta da sua parte. Afinal, dr. Rui Rio, o seu lema: “deixe de dar que nós damos por si” aos arrumadores de carros da cidade do Porto não era bem assim. Afinal quem dava era o Governo da Nação através de um protocolo previamente firmado.
Porque é que a Câmara Municipal do Porto não manteve o programa “PORTO FELIZ” com verbas da própria autarquia se considera que o mesmo programa (“PORTO FELIZ”) faz falta para a cidade, em vez de desperdiçar verbas astronómicas para um fim-de-semana de brincadeiras com calhambeques na zona da Foz e Boavista?
Nunca vão acabar com o trabalho de todos aqueles que de forma séria, honesta e digna sempre souberam o que é o dever e o direito de cidadania e humanismo que em sociedade nos devemos uns aos outros.

Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa@europe.com

segunda-feira, 6 de abril de 2009

RUI RIO: A HO(N)RA DE CIDADANIA COM VERDADE!

Publicado em 6 de Abril de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 3.


Dr. Rui Rio ainda está tudo na mesma e em bastante atraso!


Senhor dr. Rui Rio espero que ao ler esta nossa carta aberta ainda se lembre de nós (zona habitacional do Monte do Tadeu / Santo Isidro), pois já passou mais de sete anos desde que o senhor, acompanhado de uma comitiva, e a seu pedido, se dignou em visitar o ponto mais alto da nossa cidade, isto em pré campanha (Novembro de 2001) das eleições Autárquicas de Dezembro de 2001.

Como o senhor se deve lembrar, isto é, se ainda se lembra de nós e dessa visita que fez a esta zona alta da cidade do Porto, em eu o ter recebido juntamente com dezenas de moradores locais, na freguesia do Bonfim. E foi, logo ali, na Rua da Alegria, que usei de toda a minha honestidade e sinceridade ao apresentar-me como a pessoa que eu sou, como homem e cidadão desta cidade e deste País, e de quem anda nesta vida do associativismo, voluntário e gratuitamente, gostando de defender causas públicas e de ajudar, com o meu humilde contributo, a resolver situações críticas existentes na nossa freguesia do Bonfim, mais propriamente, na nossa zona de intervenção, e de dar ao conhecimento de todos os responsáveis locais, das insatisfações da população desta freguesia, denunciando os problemas no sentido de que os mesmos sejam resolvidos para o bem da população.

Como o senhor se deve ainda lembrar, fez no local promessas a dezenas de famílias Bonfinenses, de que iria resolver as situações críticas, isso se fosse eleito presidente da Câmara Municipal do Porto.

O facto é que o senhor já ganhou as ditas eleições vai para oito anos, e o facto também é que nos prometeu no local resolver a situação das escadas inferiores da Rua do Monte do Tadeu, e até o aproveitamento de um espaço local (a meio das ditas escadas) para a colocação de um mini recinto desportivo para uso das nossas crianças e jovens.

O facto é que ainda estamos à espera que as ditas obras se iniciem nesta zona alta da cidade do Porto e da freguesia do Bonfim, mesmo depois da reunião que tive com o senhor Ex-vereador do Urbanismo (então na posição de Vereador), arquitecto Ricardo Figueiredo, e o senhor Ex-director Municipal da Via Pública (então na posição de Director Municipal), senhor engenheiro Albano Carneiro, os quais prometeram que a divisão municipal da conservação da via pública iria chegar primeiro à zona para fazer o restauro de toda a Travessa do Monte do Tadeu (pavimentos dos passeios e arruamento com a colocação de sarjetas para o escoamento das águas pluviais) e também de todas as escadas inferiores e superiores da Rua do Monte do Tadeu (pavimentos dos patamares e degraus), mas até ao dia de hoje ainda nada disto foi feito, o que já provocou que a Senhora Teresa Peixoto, moradora na Travessa do Monte do Tadeu, partisse um pé devido ao estado deplorável de todo aquele arruamento (Travessa do Monte do Tadeu). E ainda provocou que outra moradora (Senhora Deolinda de 89 anos de idade) da já referida travessa (Travessa do Monte do Tadeu) caísse, tendo entrado e estado em coma alguns dias, e quando do coma saiu ficou paralisada dos membros inferiores para o resto da vida.

Ficamos á espera que com a ajuda dos nossos Jornais na publicação de esta nossa carta aberta o dr. Rui Rio ainda se lembre de todas as pessoas que visitou em tempos nesta zona alta da cidade do Porto, na freguesia do Bonfim, e de todas as promessas que nos fez e que estão em bastante atraso.

Sempre entendi que fazer política é trabalhar com sinceridade para ajudar todas as pessoas a resolver os seus problemas e proporcionar mais saúde, felicidade e bem-estar para todos.
Mal vai a cidade que não sabe preservar o seu património histórico-cultural, arquitectónico, social e manter viva a memória de um passado com bastante valor. Valor este, de todos aqueles que, como exemplo, fizeram um enorme peditório para erguer o coreto que actualmente se encontra no velhinho Largo da Aguardente (actual Praça do Marquês de Pombal).


Mário de Sousa* - Bonfim, Porto
mario.sousa@europe.com

*Sócio-fundador e presidente da Associação de Moradores de Monte do Tadeu / Santo Isidro, Bonfim-Porto.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Arregaçar as mangas em defesa do emprego!

Publicado em 1 de Abril de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2.


A candidata independente para a Câmara Municipal do Porto apoiada pelo Partido Socialista (PS) e outros, Dra. Elisa Ferreira, é a autora do recente relatório sobre o Plano de Relançamento Económico Europeu.
A criação sustentável de emprego, a defesa do emprego e a prevenção do desemprego em grande escala devem ser determinantes para a dimensão e o conteúdo do plano de relançamento da economia europeia, defende a eurodeputada Elisa Ferreira no seu relatório sobre o Plano de Relançamento Económico da União Europeia proposto pela Comissão, e que foi aprovado por uma esmagadora maioria na Comissão dos Assuntos Económicos do Parlamento Europeu.
Para que o plano possa ser plenamente eficaz, recomenda-se que haja uma boa coordenação dos planos nacionais de relançamento, prevendo a adaptação dos programas às necessidades específicas de cada país, tendo em conta o interesse comum e a garantia do máximo efeito multiplicador possível, nomeadamente ao nível do emprego.
Outro dos aspectos que o relatório aborda, refere-se às estruturas de regulamentação e supervisão, defendendo que sejam mais eficazes, e que os planos de salvamento do sector bancário estejam sujeitos a um conjunto de condições e as instituições financeiras a um controlo rigoroso.
Segundo afirma, o aumento da transparência e uma melhor gestão dos riscos são as melhores soluções para ajudar a evitar crises, devendo a reforma da regulamentação ser exaustiva e aplicar-se a todos os actores e transacções dos mercados financeiros.
O relatório realça também a necessidade de garantir um nível de vida mínimo aos cidadãos da União Europeia e pede que sejam tomadas as medidas de emergência adequadas. Apela ainda a que todas as políticas sociais sejam adaptadas para fazer face à recessão, apoiando políticas activas no mercado de trabalho e prestando especial atenção aos membros mais vulneráveis da sociedade.
A economista Elisa Ferreira, no entanto, considera que o Plano da Comissão Europeia devia ser mais ambicioso para poder, cabalmente, fazer face à actual situação económica e social e reconhecer claramente o emprego como o objectivo central do Plano de Relançamento.
A eurodeputada lamenta que o Plano não contenha objectivos de coesão territorial nas medidas de estímulo das propostas, apesar de se verificar um impacto claramente assimétrico da crise por todo o território europeu. Neste âmbito, apela a que sejam criados mecanismos adequados para garantir que a convergência acelerada das regiões menos dinâmicas seja estruturada em torno de objectivos estratégicos, como o de tornar a economia mais ecológica e centrada em iniciativas tomadas ao nível microeconómico.
Elisa Ferreira insta a Comissão Europeia a lançar rapidamente projectos concretos de desbloqueamento do crédito às famílias e às empresas, de apoio às PME, à formação e mobilidade de trabalhadores, ao lançamento das redes transeuropeias de transporte e de energia e à difusão da "banda larga". O relatório deverá ser aprovado pelo plenário de Estrasburgo na sessão que vai decorrer nos dias 9 a 12 de Março de 2009.

Mário de Sousa - Bonfim, Porto
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