quinta-feira, 21 de maio de 2009

Porto: passado, presente e futuro!...

Publicado em 21 de Maio de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n. 2

Os bairros municipais que pela sua juventude e dinamismo demográfico deveriam ser um factor de equilíbrio para a cidade do Porto. Também o facto de neles haver espaço para o município intervir, de forma a racionalizar com justiça nas suas atitudes (que muitas das vezes nem o munícipe mais inteligente consegue compreender tamanhas desumanidades).

A cidade do Porto investiu fortemente no passado em projectos ajustados à realidade da cidade do Porto, pioneira na experimentação de novas respostas no combate à exclusão social, através, e aproveitando, da participação em programas europeus, como por exemplo: Pobreza 3, URBAN e outros, na implementação de projectos da sua própria iniciativa, que dinamizaram a sociedade civil em toda a cidade, bem como todas as instituições da mesma, e coordenaram recursos no sentido de construir respostas sociais mais eficazes para os segmentos populacionais mais fragilizados e desfavorecidos. Foi o que aconteceu com os toxicodependentes, as (os) prostitutas (os) de rua e as pessoas sem-abrigo, situações-limite de exclusão social que degradam os indivíduos e afectam a imagem e segurança da nossa cidade do Porto.
A cidade do Porto constituiu um bom exemplo no passado (de gestão socialista), ao nível nacional, no que respeita à operacionalidade de uma rede muito eficaz de serviços de redução de danos destinada àqueles grupos socialmente conhecidos. O Contrato de Cidade e o projecto para os sem-abrigo foram duas iniciativas inovadoras e exemplares para outros municípios do País. Eu vi de perto (também aqui nesta área) o associar sempre o saber ao saber fazer bem, consciente de que a acção sem estudo e sem reflexão não tem, nem faz sentido. Por isso, a avaliação e a produção de conhecimento sobre as problemáticas objecto de intervenção estiveram e deveriam continuar a estar sempre presentes na forma de gerir uma autarquia, quer seja no município portuense como nas juntas de freguesia (principalmente na freguesia do Bonfim).
Nesse passado, de gestão socialista, vi ser constituído um Observatório Permanente sobre a Segurança e vi responder às interrogações que a cidade colocava (nessa altura) no que respeita à segurança e ao sentimento generalizado de insegurança. Actualmente faz falta um mapa com traçado sobre a insegurança que se vive na cidade do Porto e aprofundar, por parte da autarquia, o conhecimento sobre o fenómeno, caracterizando, quantificando e estudando soluções. A autarquia possui actualmente um património de conhecimento e experiência acumulado de outros programas e projectos dum passado relativamente recente (do período da gestão socialista). Nesse período começou a impor-se uma nova filosofia de trabalho (integrado e participado) que deveria continuar a ser aplicado e até mesmo a ser fortalecida e aprofundada em novas iniciativas. Importa continuar aberto à inovação e à experimentação de novas respostas para os problemas que não encontram solução ajustada no quadro convencional da autarquia portuense.

A gestão da cidade do Porto tem que ser mais articulada e integrada nas suas diversas componentes. É preciso firmar uma estratégia orientadora mais precisa e clara, para um bom desenvolvimento da nossa amada cidade do Porto.


Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa1@sapo.pt / mario.sousa@europe.com

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Progresso com responsabilidade e igualdeda social


Publicado em 18 de Maio de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n. 2


Hoje todos conhecem que vivemos sob o signo de crise, quer seja a nível nacional como internacional. Mas o facto não pode fazer esquecer todo um histórico de uma governação de José Sócrates, reformista e solidária, que lançou uma nova geração de políticas sociais e conquistou para todos os portugueses novos direitos sociais. Esta governação de José Sócrates mostrou e continua a mostrar sobretudo que o Partido Socialista defende a liberdade igual e combate as desigualdades.
Ao longo desta legislatura de 4 anos foram criados novos direitos, ampliadas liberdades e reforçadas as garantias. Aprofundaram-se os direitos fundamentais com as leis da Paridade, Nacionalidade e Imigração, com o fim do divórcio litigioso - e, a curto prazo eliminando desigualdades e injustiças no quadro das uniões de facto. Foram ainda reforçados os direitos sociais com a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), o Complemento Solidário para Idosos (CSI), o Subsídio de Desemprego, novos direitos para todos os funcionários públicos ou a procriação medicamente assistida. O risco da pobreza e as desigualdades atenuaram-se, num caminho que, no meu humilde e despretensioso ponto de vista, tem que continuar a ser percorrido. O Partido Socialista é também conhecido de todos os portugueses por ser na actualidade o Partido da radicalidade democrática, na reforma do Parlamento, na limitação de mandatos dos eleitos locais, no acompanhamento do processo de construção europeia ou no Estatuto Regional dos Açores.
É na governação de José Sócrates que actualmente se vê também com bastante clareza que as opções de resposta à crise são consistentes, oportunas e justas, ao estabilizar o sistema financeiro e promover o acesso ao crédito por parte das famílias e empresas, ao apoiar activamente as empresas e o emprego, ao reforçar o investimento público, e ao apoiar as famílias e reforçar a protecção social.
O Partido Socialista discutiu internamente as grandes linhas de orientação programática com que se apresentará às eleições legislativas, através das Novas Fronteiras, que também tive a honra de ter participado, como também dentro do XVI Congresso em Espinho. Destaco o combate contra as desigualdades sociais, efectivando a igualdade de oportunidades: bolsas de estudo para alunos entre os 15 e os 18 anos de idade de famílias desfavorecidas e necessitadas com aproveitamento escolar; 12 anos de escolaridades obrigatória; universalidade, gratuitidade e obrigatoriedade de frequência do pré-escolar; efectiva redistribuição e progressividade fiscal, limitando as deduções dos titulares de rendimentos elevados de forma a beneficiar os rendimentos médios; e remoção das barreiras jurídicas à realização do casamento civil entre as pessoas do mesmo sexo. Todas estas propostas concretizam a nova raia de progresso com bastante igualdade social.
O Partido Socialista mostrou e continua a mostrar que é o Partido da construção europeia e do modelo social europeu. Há que refundar o equilíbrio entre mercado e Estado, voltando a desenhar as instituições e as práticas de regulação. Reforçando a sustentação do Estado Social e atendendo sempre à necessidade justa de coesão social nacional, regional e distrital. No Partido Socialista reconhece-se o primado do político sobre o económico, mas não trocamos o fundamentalismo do mercado pelo fundamentalismo do Estado. Queremos sempre um Estado Social forte, regulador, estratego e supervisor.
A crise internacional e nacional mostrou que precisamos de muito mais Europa e de muito mais esquerda na Europa. Mas uma coisa é certa, esta crise não deverá ser resolvida recorrendo aos princípios, práticas e políticas que a provocaram. São precisas soluções fortes de esquerda democrática para voltar a regular com eficácia os mercados, para inverter a espiral de cupidez dos lucros a curto prazo, inocular a patologia das remunerações predatórias e travar a vertigem especulativa e os “paraísos fiscais”, religando os fluxos financeiros com as necessidades económicas e protegendo os mercados e instituições face ao estéril jogo da “roleta”. A defesa intransigente do interesse público sobrepor-se-á aos interesses parcelares e iníquos na emergência de um modelo de desenvolvimento sustentável, ecologicamente equilibrado, com um Estado Social revigorado.
O Partido Socialista afirma-se enquanto esquerda democrática, social, progressista, moderna e responsável. Defensor intransigente do Estado Social, partidário da economia de mercado e defensor do papel estratégico e regulador do Estado democrático. O Partido Socialista é a esquerda democrática para transformar a vida com um sentido de liberdade, de solidariedade e de justiça social.
Mário de Sousa - Bonfim, Porto

terça-feira, 12 de maio de 2009

F,C. Porto: troféu com taça de vitória inesquecível!

Publicado em 12 de Maio de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2.
Numa altura em que o Futebol Clube do Porto está a poucos minutos de conseguir pela segunda vez o seu Tetra, vale bem a pena recordar um troféu com taça muito especial, guardada no museu dos grandes dragões.

Ele (o troféu) chama a atenção pela sua imponência e invulgar qualidade artística: o troféu com taça comemorativa da vitória por 3-2, em 1948, sobre o Arsenal, de Londres.

É um autêntico monumento a esses grandes dragões de 1948. É a celebração de uma das grandes vitórias do F. C. Porto, mas é antes de tudo a celebração do espírito apaixonado de um imenso conjunto de portuenses (portistas) sedentos de glória para o clube de cores azul e branco.

A vitória sobre o Arsenal ocorreu a 6 de Maio de 1948, numa altura em que os ingleses assumiam um domínio absoluto na prática do futebol. Vinham ainda com a fama de terem sido os inventores do futebol, e entre as suas equipas encontravam-se alguns dos melhores praticantes a nível mundial. Por isso, quando no ano de 1948 se anunciou a realização do jogo, no Estádio do Lima, entre o F. C. Porto e aquela que era então o mais mítico dos clubes ingleses, o Arsenal, cresceu uma expectativa desmesurada na cidade do Porto e um pouco por todo o país. Os ingleses chegavam ao Porto no seguimento de uma digressão vitoriosa pelo continente europeu, o que, se por um lado incutia mais receio, por outro lado fazia aumentar a apetência pelo jogo. Assim foi. O público esgotou o estádio do Lima e assistiu a um espectáculo fabuloso.
Com uma exibição para recordar a letras de ouro, o F. C. Porto venceu por 3-2, com dois golos de Correia Dias e um de Araújo (pois… o F. C. Porto já então era um grande clube europeu).
O jogo era particular e não estava nenhuma taça em disputa. Só que a alegria foi tanta, o orgulho foi de tal ordem, que um conjunto de portuenses (portistas) decidiu que haveria de haver uma taça a assinalar este feito.

Uma comissão de sócios e admiradores do F. C. Porto tratou de angariar fundos e encomendou a taça à Ourivesaria Aliança. Os artesões da Aliança materializaram magistralmente o projecto de João Antunes e a concepção escultórica de Marinho Brito e Albano França.

A 21 de Outubro de 1949, mais de um ano depois do jogo, o troféu era entregue à Direcção do F. C. Porto, na sede social do clube, então na Avenida dos Aliados. O espanto foi generalizado, perante tamanha beleza. Não era uma taça nos moldes tradicionais. Compõe-se de duas partes distintas, mas ligadas pelo significado: uma “taça da vitória e um escrínio”. No interior do escrínio, com dois metros e oitenta centímetros de altura, fica guardada e exposta uma taça com
90 centímetros de altura.
Para a concepção de tão bela obra de arte, foram utilizados vários materiais, como, por exemplo, ouro, prata, esmalte, cristal, madeira fina e veludo. O peso total de tão belo troféu é de 300 quilos e inclui 130 quilos de prata.
É, afinal, uma grande obra de arte, para assinalar uma vitória do “outro mundo”!
Mário de Sousa* - Bonfim, Porto
*Sócio do F.C. do Porto n.º 26652

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Quando o Dragão começa a cuspir fogo...

Publicado em 04 de Maio de 2009 no Jornal "O Primeiro de Janeiro", Página n.º 2.
É notável a capacidade que o Dragão tem de cuspir o seu fogo em tudo aquilo que não presta. Naqueles que já não conseguem arranjar mais argumentos, por mais patéticos que sejam, para denegrir a sua imagem, para relativizar e minimizar os seus êxitos. Para tudo isto o FC Porto tem tido resposta pronta. Como? Ganhando. Convencendo... e em campo.

Que é sempre a melhor forma de calar os “anónimos” prontos a meter a cabecinha de fora sempre que têm uma pequenina oportunidade....

Como é que isso se consegue? Com uma enorme capacidade de trabalho. Com uma excelente organização a nível técnico, mas também a nível organizativo. Com profissionalismo, determinação, empenho e com competência.

Com a permanente consciência de que só competindo no limite das forças, suando a camisola, sofrendo por amor ao clube, sem perder tempo com lambidelas pacóvias e cada vez mais ridiculamente cansativas, se conseguem atingir os títulos e as devidas compensações por eles (todos) conquistados.

Sem adormecer acordado, à espera que surja um Pai Natal, ou outros seus colaboradores, capaz de produzir o milagre.

Só assim se torna possível, ano após ano, resistir a várias contrariedades, entre elas a obstinada e permanente campanha anti-FC Porto, uma exaustiva e cansativa luta contra os seus alegados poderes macabros e ocultos, como se tudo o que resta para além do FC Porto, no futebol português, seja um oásis de rectidão, de bons costumes, de gente impoluta.
Pelos vistos continua a ser difícil de entender que é nestas batalhas que o FC Porto se sente melhor.

É nelas que o clube e a sua cada vez maior massa Associativa e adepta se inspira e se alimenta para lutar com cada vez mais afinco, em prol de uma causa que para todos eles é cada vez mais nobre: A Vitória!. Como símbolo de afirmação de personalidade, de prestígio internacional, de cada vez maior capacidade de aglutinação popular, quer em Portugal, quer em países de expressão portuguesa ou por esse mundo fora.
Não por imposição ou por qualquer obrigação familiar, mas como forma de marcar terreno... porque são indiscutivelmente mais fortes, mais poderosos e, por isso, ganham mais do que os outros.

É disso que o povo gosta e o actual mundo precisa: de vencedores!
A actual jornada europeia foi gloriosa, igual a muitas outras que nos últimos 22 anos o FC Porto tem repetidamente conseguido, deixando orgulhosos os verdadeiros amantes do que de melhor o futebol português é neste momento capaz de produzir. O resto... é “chover no molhado”... é mais do mesmo!

Esta jornada europeia não merece, por isso, ser despachada para segundas caixas de informação desportiva, como alguns canais de tv o fazem, dando lugar, em primeira instância, às crises existenciais de alguns habituais protagonistas, num exercício de minimização e de branqueamento, que até pode agradar a meia dúzia de cromos, mas que envergonha todos aqueles que não deixaram de se sentir orgulhosos pelo que viram, não olhando a mais nada que não tenha sido a enorme qualidade da exibição portista e, em especial, a sua permanente atitude,
a tal expressão tão difícil de mastigar!

Também eu me associo a uma enorme cuspidela de fogo generalizada contra tanta cegueira! E muitos parabéns ao FC Porto pela sua excelente participação na Liga dos Campeões Europeus 2008/2009, parabéns FC Porto por ter chegado, e da forma como o fez, aos quartos-de-final. E muito bem-haja pelas noites fantásticas de Old Trafford e da passada Quarta-feira, 15 de Abril de 2009, no Estádio do Dragão, entre outras, claro!

Os meus parabéns ao Senhor JORGE NUNO DE LIMA PINTO DA COSTA por ter sido, e continuar a ser o Grande Mestre Obreiro de muitos títulos sobre toda esta Grande Família: FC Porto.


Mário de Sousa - Bonfim, Porto
mario.sousa1@sapo.pt - mario.sousa@europe.com